Valor Económico

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Robert Mugabe, o mais velho presidente do mundo, demitiu-se hoje (21), aos 93 anos e após 37 anos no poder no Zimbábue, “com efeito imediato”.

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O anúncio foi feito pelo presidente da câmara baixa do parlamento, que se reuniu para debater a destituição do presidente que resistiu durante vários dias a abandonar o poder, depois de uma intervenção dos militares.

No poder no Zimbábue desde a independência do país, em 1980, Robert Mugabe prometeu um dia festejar os seus 100 anos no poder e era considera a encarnação do déspota africano pronto a fazer qualquer coisa para perpetuar o seu reinado. Nascido perto de Harare a 21 de Fevereiro de 1924, filho de um carpinteiro e de uma professora, Mugabe frequentou escolas maristas e jesuítas e tornou-se professor, tendo tirado vários cursos por correspondência. Descobre a política na universidade de Fort Hare, a única aberta a negros na África do Sul do ‘apartheid’, e é seduzido pelo marxismo.

Em 1960 envolve-se na luta conta o poder na Rodésia (actual território do Zimbábue) e quatro anos mais tarde é detido, tendo passado 10 anos na prisão. Pouco depois da libertação refugia-se no vizinho Moçambique, onde assume a liderança da luta armada, até à independência da colónia britânica e da sua chegada ao poder.

Um dos signatários dos acordos que deram origem à República do Zimbábue, em 1980, mostrou durante o percurso uma determinação sem falhas. O herói da independência tornou-se primeiro-ministro e alguns anos depois, em 1987, afastados os opositores numa repressão brutal que terá causado cerca de 20.000 mortos, instituiu um regime presidencial.

Os anos 2000 marcam o início da sua queda, com decisões polémicas, como uma reforma agrária que levou a expropriações de quintas de proprietários brancos para distribuir a terra entre a população negra do país.

A cada nova reeleição como presidente sucedem-se as acusações de fraude e, em 2008, Mugabe perde a maioria no parlamento num escrutínio marcado pela violência, que causa centenas de mortos.

Elogiado pela sua política de reconciliação em nome da unidade do país quando tomou as rédeas do Zimbábue, Mugabe não aceita bem as críticas pelas atitudes de ditador e responsabiliza o Ocidente pelos males do país, nomeadamente a sua ruína financeira.

Sanções internacionais, hiperinflação, um desemprego superior a 90% da população não impedem a reeleição de Mugabe em 2013 com 61% dos votos. E nem a crise nem a sua saúde frágil impediram o seu partido, a União Nacional Africana do Zimbábue – Frente Patriótica (ZANU-PF), de o indicar como candidato às próximas presidenciais em 2018.

No entanto, crescem as suspeitas de que não resiste às tentativas da sua segunda mulher, Grace, de lutar pela sua sucessão. Depois do afastamento da vice-presidente Joyce Mujuru em 2014, Grace conseguiu a demissão do vice-presidente Emmerson Mnangagawa há algumas semanas, o que terá levado os militares a intervirem na noite do passado dia 14.

Mugabe ainda resistiu uma semana a fazer a vontade aos que pretendiam o seu afastamento, numa demonstração da verdade das críticas que lhe faziam de sede inextinguível de poder.

Os Presidentes da África do Sul, Jacob Zuma, e de Angola, João Lourenço, viajam quarta-feira (22), para Harare para avaliar a situação política no Zimbábue, foi hoje divulgado em Luanda no final de uma reunião tripartida da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

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Luanda acolheu hoje uma reunião de emergência de chefes de Estado da Comunidade de Desenvolvimento de Países da África Austral (SADC), presidido por Angola, em que participaram os Presidentes de Angola, Zâmbia, África do Sulva, além do ministro dos Negócios Estrangeiros da Tanzânia.

A crise política no Zimbabué teve início há uma semana e o Presidente da República, Robert Mugabe, tem sido pressionado para deixar as funções por militares e várias organizações da sociedade civil.

A Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola (OCPCA) vai realizar nesta quarta-feira, 22, numa das unidades hoteleiras de Luanda, a cerimónia de entrega de certificados a 800 profissionais da classe, informou a instituição, em comunicado.

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O evento contará ainda, segundo a nota, com um conjunto de painéis e de mesa redonda sobre o tema “Contabilidade Pública e o papel do Contabilista certificado”, na qual deverá ser reforçada a necessidade da contabilidade nos entes públicos.

“O papel do contabilista certificado na contabilidade e na preparação de documentos contabilísticos” deverá ser outro dos temas a ser discutido durante o evento.

Com este novo processo, “o número de contabilistas certificados pela OCPCA subirá para cerca de 2.000, reduzindo o rácio empresas e contabilistas no país”, indica a organização, salientando, no entanto, que este número deverá aumentar, em breve, para 4.000, tendo em conta que uma quantidade significativa de profissionais se encontra ainda em início de formação.

O acto de certificação, previsto para esta quarta-feira, é sequência de uma cerimónia idêntica, ocorrida, na segunda-feira, 20, em Benguela, em que se procedeu a entrega de certificados e cédulas profissionais a um conjunto de novos contabilistas provenientes de Benguela, Kwanza-Sul, Bié e Huambo, após terem terminado, com êxito, o curso de actualização da OCPCA que legitima o exercício da profissão no País.

O curso de actualização profissional é obrigatório para os contabilistas e peritos contabilistas que se inscreveram no período transitório que termina no próximo mês de Dezembro, de acordo com a OCPCA.

“Este curso tem como finalidade uma actualização dos conhecimentos destes profissionais para melhor habilitá-los à complexa e exigente profissão de contabilista e perito contabilista, entre outras nas actualizações fiscais, bem como nas normas internacionais de contabilidade e nas normas internacionais de auditoria”, advoga a entidade, em comunicado.

A OCPCA informa ainda que dará uma última oportunidade aos contabilistas que ainda não fizeram o curso de actualização profissional, que é obrigatório para a sua inscrição definitiva na Ordem. Nessa perspectiva, reforça que as últimas sessões formativas “arrancam já no princípio de Dezembro, em Luanda e em cinco capitais de províncias, nomeadamente em Benguela, Huambo, Lubango, Cabinda e Uíge.

A organização avisa, no entanto, que “as inscrições encerrarão no dia 30 de Novembro para os mais de 1.000 contabilistas e Peritos Contabilistas esperados”.

A conferência Anual de Auditoria Interna, sob o tema "Advogando a Função de Auditoria Interna", numa realização do Instituto dos Auditores Internos de Angola, arranca, nesta quarta-feira, 22, em Luanda.

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Durante o evento, está a prevista a apresentação dos resultados do I.º estudo conjunto sobre o estado da função de auditoria interna em Angola, numa cooperação da KPMG Angola–Audit, Tax, Advisory, S.A, em conjunto com o Instituto dos Auditores Internos de Angola (IIA Angola).

Em recentes declarações à imprensa, o presidente do Instituto dos Auditores Internos de Angola, Ladislau Ventura, afirmou que o certame vai proporcionar momentos de debates actuais e interessantes, bem como oportunidades de networking entre os profissionais de auditoria interna e controlo interno dos mais variados sectores de actividade.

O evento contará com a participação, como prelectores, de membros da direcção do The Institute of Internal Auditors (IIA Global), representantes dos Institutos de Auditores Internos de Portugal, representantes de conselhos de administração e directores de auditoria de empresas angolanas, profissionais nacionais e estrangeiros que actuam nos ramos de auditoria interna, gestão de riscos, compliance, governação corporativa e controlo interno.

O compromisso da realização periódica da CAAI, data de 2014, quando decorreu a primeira edição deste evento sob o lema “O Valor Acrescentado da Auditoria Interna para as Organizações”. Na ocasião, o IIA Angola entendia a intenção como forma de divulgar as normas para as boas práticas profissionais de auditoria interna e de programas de certificação internacional dos auditores internos.

O IIA Angola é a entidade representativa da comunidade nacional de auditores internos e dos profissionais de controlo interno e tem como bandeira o fortalecimento metodológico destes profissionais, sua formação, capacitação e permanente actualização, tendo como lema: Probidade, Desenvolvimento e Excelência Profissional. Foi fundada em 2010 e conta actualmente com cerca de 100 membros.

As autoridades angolanas concluem, em 2018, o pagamento da dívida contraída com a Namíbia em resultado de um acordo de conversão monetária estabelecido entre os dois países em 2015, noticiou ontem o jornal daquele país ‘New Era’, com base em declarações proferidas pelo Presidente Hage Geingob.

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Falando à comunidade de Helao Nafidi, Oshikango, na fronteira com Angola, o Presidente namibiano afirmou que o Governo angolano está a devolver o dinheiro que deve à Namíbia e espera-se que os pagamentos terminem no próximo ano. “Angola tem-nos pago em dólares norte-americanos e, apesar da difícil situação financeira que enfrenta, termina de pagar no próximo ano”, afirmou o Presidente Hage Geingob.

O Banco Nacional de Angola (BNA) devolveu, inicialmente, ao Banco da Namíbia, 390 milhões de dólares namibianos em custos de recompra dos kwanzas levados para a Namíbia desde que os dois bancos centrais celebraram um acordo de conversão em Junho de 2015.

O acordo abriu caminho para a troca do kwanza nos bancos da Namíbia, mas foi interrompido seis meses depois de assinado por supostas irregularidades no posto fronteiriço de Oshikango e críticas de economistas e empresários locais que afirmavam que o acordo conduziu a economia daquele país a uma crise de liquidez nos primeiros cinco meses da sua implementação.

O BNA tem estado a lutar, desde então, para liquidar a dívida. Chegou a haver protestos, com representantes da sociedade civil namibiana a exigirem que Angola resgate o dinheiro. “A comunidade empresarial tem dito que [os angolanos] nos estão a roubar: deixem-me deixar claro que eles estão a pagar”, declarou Hage Geingob.