PARA EQUILIBRAR ORÇAMENTO

País precisa do petróleo a 82 USD

A agência de notação financeira Fitch considera que Angola precisa que o preço do petróleo suba para 82 dólares para ter o orçamento equilibrado, salientando que o aumento da despesa pública elevou este valor.

“Os preços necessários para um 'break-even' orçamental desceram para a maioria dos países cujo 'rating' soberano é analisado”, citando as medidas tomadas pelos governos na Europa, Médio Oriente e África, escrevem os analistas, mas no caso da Nigéria, Angola e Gabão, o cenário é o inverso.

“Estes ajustamentos atrasaram-se face à queda do preço do petróleo, (por isso) a nossa previsão de 'break-even' orçamental para 2017 é substancialmente maior do que em 2015, em parte devido ao aumento da despesa pública”, escreve a Fitch num relatório sobre o impacto da queda dos preços do petróleo nos países da região EMEA - Europa, Médio Oriente e África.

No documento, a que a Lusa teve acesso, os analistas explicam que o 'break-even' orçamental é o preço a que o barril de petróleo precisa de estar para que o saldo orçamental seja zero, ou seja, um orçamento equilibrado. Esta segunda-feira, o petróleo estava a valer 55,45 dólares, um ligeiro aumento face aos 55,11 dólares a que fechou a sessão, na sexta-feira.

Angola deverá registar um défice orçamental de 5,8% do PIB este ano, de acordo com as previsões do Governo.

“A maioria dos países exportadores de petróleo ainda enfrentam pressões por causa dos preços baixos do petróleo, quase três anos do choque petrolífero”, lê-se na nota de análise que não constitui nenhuma ação de 'rating', e que salienta que “os preços do petróleo começaram a recuperar, mas continuam abaixo dos níveis que equilibrariam os orçamentos na maioria dos maiores exportadores de petróleo” da Europa, Médio Oriente e África.

Segundo a previsão da Fitch, os preços deverão ficar, em média, nos 52,5 dólares por barril este ano, o que representa uma subida face aos 45,1 dólares do ano passado, mas ainda abaixo do 'break-even' orçamental para 11 dos 14 países a que a Fitch atribui ratings sobre o crédito soberano.