Com perspetiva estável

Standard & Poor’s decide manter ‘rating’ de Angola em CCC+

08 Feb. 2021 Mercado & Finanças

A agência de notação financeira Standard & Poor's (S&P) decidiu este domingo, manter o 'rating' de Angola no nível CCC+, com perspectiva de evolução Estável, ponderando as grandes necessidades de financiamento com o alívio financeiro garantido pelos credores.

Standard & Poor’s decide manter ‘rating’ de Angola em CCC+
D.R

“A perspectiva de Evolução estável equilibra os riscos associados com as grandes necessidades de financiamento e os requisitos de serviço da dívida de curto prazo no seguimento dos acordos de reestruturação alcançados com os credores bilaterais”, diz a Standard & Poor’s na nota divulgada este domingo, na qual dá conta da manutenção da opinião sobre a qualidade do crédito soberano em CCC+, abaixo no nível de recomendação de investimento.

“Os preços baixos do petróleo, a rápida depreciação da moeda e elevada dívida externa levantam preocupações sobre a sustentabilidade da dívida de Angola a médio prazo”, escrevem os analistas, acrescentando que, “ainda assim, os acordos de reestruturação da dívida com os credores oficiais oferecem algum espaço para respirar até 2023”.

De acordo com os critérios da S&P, estes acordos, nomeadamente o alcançado com a China, não constituem um evento de Incumprimento Financeiro, ou ‘default’, ao contrário do que aconteceria se Angola encetasse negociações com os credores dos títulos de dívida pública (Eurobonds).

A S&P desceu o ‘rating’ de Angola para o nível actual em Março do ano passado, argumentando com os impactos da pandemia, nomeadamente ao nível do aumento previsível da despesa pública para combater a propagação do vírus, e também por causa da descida dos preços do petróleo, que tinha já nessa altura um efeito muito significativo na receita fiscal do país.

O ‘rating’ CCC+ é o quarto nível acima do Incumprimento Financeiro (‘default’) e está três níveis abaixo da recomendação de investimento, sendo geralmente designado por ‘junk’ ou ‘lixo’ devido às vulnerabilidades do emissor, que podem impedir que cumpra as suas obrigações financeiras para com os credores.