Subsídios à aviação presos a agenda verde
EMISSÃO DE CARBONO. À medida que a pandemia arrasa o sector da aviação e os governos são pressionados a intervir para prevenir o colapso e preparar e salvaguardar o pós-crise, vai emergindo a necessidade de proteger o ambiente do maior agressor em termos de emissões de carbono da última década.
Milhares de aviões no chão e empresas de aviação de bandeira, outrora sinónimo de estabilidade e progresso, como a Luftansa ou a British Airlines, a mendigar apoio público é o cenário impensável que os últimos meses de pandemia instalou por todo o mundo e as perdas financeiras são de pelo menos 50% do total de receitas. Os governos europeus já acordaram em injectar 12,7 mil milhões de euros estando em discussão mais 17 mil milhões e nos EUA foram aprovados 25 mil milhões de USD de fundos públicos para salvar a indústria aeronáutica. No entanto, já que vão usar fundos públicos para se reerguer a compensação será o retorno à comunidade na forma de salvaguarda do ambiente. O ministro das finanças francês foi o mais objectivo ao propor que em troca de um ‘bailout’ de 7 mil milhões de euros, a Airfrance deve tornar-se a companhia de aviação mais verde do mundo o que implica a redução de 50% das emissões até 2030, redução de voos curtos (- de 2h30m) que competem com transportes terrestres e aumento do uso de combustível reciclável até 2024. Os restantes líderes europeus também sinalizaram legislação que obrigue as companhias de aviação a cortarem emissões através da criação de taxas para voos curtos e de impostos ao combustível que actualmente são inexistentes para o sector da aviação.
Algumas organizações de protecção ao ambiente como a Friends ou the Earth ou o Greenpeace defendem que o sector não deve ter qualquer acesso a fundos públicos sem que a redução de emissões seja regulamentada com taxas para clientes frequentes que a nível global só representam 3% da população mundial, mas que perfazem mais de 60% dos voos.
“Antes da crise do covid as emissões seguiam uma tendência prejudicial para o planeta, este é um momento que abalou a indústria e levantou questionamentos sobre taxas, emissões e voos frequentes. Esta é a oportunidade que os governos têm para repensarem como e o que devem incentivar no sector da aviação” explica Andrew Murphy da ONG Transport e Ambiente.
Antes da crise causada pelo covid-19 a indústria aeronáutica já havia dado os primeiros passos para redução das suas emissões com o acordo de 192 países CORSIA (Carbon Offsettiting and reduction progamme) que teria data de inicio para 2021 com recurso a diferentes estratégias de redução da poluição que incluem o uso de combustíveis alternativos recicláveis, o recurso a aviões mais recentes e que usam menos combustível e simultaneamente poluem menos e a programas de compensação que preveem redução de voos e até investimentos em arborização em projectos físicos.
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