ANGOLA GROWING
EÓLICA NA ESCÓCIA JÁ ABASTECEM O PAÍS

Ventos: a energia alternativa

ENERGIA. Os ventos da Escócia já conseguiram alimentar todo o país durante um único dia. A energia eólica vai substituindo as fósseis. Em Angola, o projecto do Namibe ainda vai nos primeiros passos.

As turbinas eólicas da Escócia produziram energia suficiente para cobrir todas as necessidades energéticas do país durante um dia (7 de Agosto), segundo os ambientalistas da região.

Os ventos fortes na Escócia têm causado alguns problemas, nomeadamente nos transportes, com pontes fechadas e barcos cancelados. Mas no sector energético, o cenário é bem diferente, segundo o jornal Guardian.

As eólicas escocesas produziram 39,545 megawatts/hora de electricidade para a rede eléctrica nacional, sendo que as necessidades do país são de 37,202 megawatts/hora. Ou seja, cobrem 106% das necessidades.

O grupo ambiental WWF Scotland acredita que “este momento foi possível, em parte, graças aos muitos anos de apoio político. As energias renováveis já contribuem com mais de metade das nossas necessidades energéticas”, salientou o director da associação, Lang Banks.

O objectivo do grupo é que, em 2030, metade de toda a energia, incluindo electricidade, calor e transportes, seja proveniente de renováveis.

 

AINDA TÍMIDA 

Angola está a construir o primeiro parque de energia eólica no Tômbwa, no Namibe, com capacidade para 100 megawatts o que pode criar 50 a 100 aerogeradores individuais, dependendo do tamanho das turbinas, revelou um especialista alemão da Associação Global de Transição Energética, Energiewende, durante um encontro de diplomatas, de Angola e de outros países, sobre energias renováveis, na Alemanha, em Abril deste ano.

O projecto, estimado em mais de 17 mil milhões de kwanzas, possui cinco torres espalhadas por toda a província, uma na cidade do Namibe, duas no Tômbwa e igual número na Ilha dos Tigres para dados de colheita sobre temperatura, vento e humidade relativa. Projectos semelhantes vão ser erguidos no Cunene e Huíla.

Dados preliminares indicam que Tômbwa regista ventos de 5,2 metros por segundo, um potencial que motivou a sua escolha para esta primeira fase de um projecto mais amplo de produção de energia eólica.

A Alemanha, que partilha a sua política sobre “a energia de transição”, 30 anos após o acidente de Chernobyl, na Rússia, possui uma capacidade eólica instalada de cerca de 42.000 megawatts (cerca de 3.700 MW instalados em 2015). O país afasta-se da utilização de combustíveis fósseis e depende, cada vez mais, de renováveis, como parte de um programa de acabar de vez com toda a sua energia nuclear até 2022.