Valor Económico

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BALANÇO. Resultados do segundo trimestre de 2018 das tecnológicas destacam a Apple. Facebook e Tesla com razões para alguma apreensão.

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Apple

A Apple registou receita trimestral de 53,3 mil milhões de dólares, um aumento de 17% em relação ao mesmo trimestre do período homólogo e ganhos por acção diluída de 2,34 de dólares, um aumento de 40%. As vendas internacionais representaram 60% da receita do trimestre. Na mesma semana, entretanto, a Apple perdeu para a chinesa Huawei a posição de segunda maior vendedora de smartphones do mundo, segundo a IHS e a Strategy Analytics, que colocam a Samsung na liderança com uma quota de 20%. A Apple está com 12% e a Huawei com 15%.

Amazon

A Amazon apresentou lucro líquido de 2,534 mil milhões de dólares, o equivalente a 5,07 dólar por acção, o que representou um forte avanço em relação ao ganho do mesmo período do ano anterior. O lucro mais que dobrou e é a primeira vez que a companhia regista lucro superior a dois mil milhões de dólares. O lucro também superou a previsão da própria companhia que, em Abril, previa ganhos de entre 1,1 e 1,9 mil milhões de dólares. O lucro do período homólogo foi de 197 milhões de dólares, ou seja, 0,40 dólares por acção.

Google

Alphabet, detentora da Google, registou lucro líquido de cerca de 3,2 mil milhões de dólares, o equivalente a 4,54 dólares por acção. Registou-se um recuo em relação ao mesmo período homólogo, quando se registou 3,5 mil milhões, ou 5,01 por acção. A receita, por sua vez, registou crescimento de 26%, passando de 26,01 para cerca de 32,7 mil milhões de dólares. O resultado superou as estimativas dos analistas, que perspectivavam 25,58 mil milhões.

Sansung

A fabricante de chips de memória, smartphones e TVs estimou um crescimento de 5,2% no lucro operacional para 13,2 mil milhões de dólares. A área de divisão de dispositivos móveis lucrou 2,4 mil milhões, uma queda de 34% em relação ao período anterior e menos 90 milhões que o previsto. A companhia atribui as “perdas acentuadas” à competição com os fabricantes de smartphones da China. Agora, a Samsung está a apostar em celulares com telas dobráveis.

Huawei

A terceira maior fabricante de celulares do mundo registou aumento na receita de 47,7 mil milhões de dólares, devido aos fortes desempenhos dos seus negócios, incluindo celulares, equipamentos de telecomunicações e serviços de infra-estrutura de tecnologia da informação. A empresa manteve o ritmo de crescimento verificado no mesmo período do ano anterior. A margem operacional, no período, subiu para 14%, ante 11% um ano atrás.

TESLA

A fabricante de carros eléctricos teve um prejuízo de 717,5 milhões de dólares, sendo que, no mesmo período do ano passado, a perda foi de 336,4 milhões. Em toda a sua história, a empresa de Elon Must teve somente dois trimestres lucrativos, o último foi em 2016. No entanto, no período em análise registou-se alguns aspectos positivos. Um deles é o fluxo de caixa livre negativo de 740 milhões de dólares, que foi menor do que o esperado.

Facebook

O Facebook registou o menor aumento de usuários em comparação com o trimestre anterior, na sua história. Analistas atribuem o facto aos diversos escândalos que enfrentou. A base de usuários do Facebook chegou a 2,2 mil milhões de usuários activos mensais e 1,47 mil milhões diários. Em ambos os casos, o crescimento ficou próximo de 1,5% em comparação ao trimestre anterior. Historicamente, a taxa de crescimento costumava ficar em 3%.

Microsoft

A companhia reportou lucros na faixa de 8,9 mil milhões, um aumento de 35%, comparativamente ao mesmo período do ano anterior. A receita foi de 30,1 mil milhões de dólares, um aumento de 17% em comparação ano a ano. Observou-se, entretanto, que as apostas para o consumidor final, que tradicionalmente eram secundárias para a Microsoft, começam a gerar resultados interessantes. Isso inclui bons resultados com a linha Surface.

LG

A LG Electronics reportou vendas consolidadas de 13,9 mil milhões de dólares, com lucros operacionais de 715,1 milhões. As vendas, no 2.º trimestre, subiram 3,2% e os lucros operacionais homólogos aumentaram 16,1%. A forte lucratividade nos electrodomésticos, soluções de ar e produtos premium de entretenimento doméstico compensaram os prejuízos operacionais nos componentes veiculares e comunicações móveis, no segundo trimestre.

Sharp

A Sharp reportou um aumento de 45% no lucro operacional trimestral, superando as estimativas dos analistas. Foi de 223 milhões de dólares, face aos cerca de 153 milhões de dólares do período homólogo e quando os analistas esperavam 161,9 milhões.

APLICATIVOS. Já quis saber quanto tempo, por dia, passa nas redes sociais? Duas empresas vão ter um contador que lhe vai dizer quanto tempo despende em cada uma.

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As redes sociais podem consumir bastante tempo sem percebermos. “Vou só ver como está aquilo que partilhei”. Cinco minutos depois, “deixa só responder àquela fotografia”. No final do dia todos estes “pequenos momentos” acumulados podem chegar a horas. Desde a passada quarta-feira, foi o que as aplicações do Facebook e do Instagram prometeram fazer: contar o tempo e mostrar.

A funcionalidade anunciada pelo Facebook em conferência telefónica com jornalistas, segue as tendências anunciadas pela Apple e a Google que, em próximas versões dos seus sistemas operativos móveis, vão disponibilizar os mesmos dados. No final, o objectivo é o mesmo: tornar os utilizadores mais conscientes do tempo que despendem com as apps e aparelhos electrónicos.

Como explicou Ameet Ranadive, director de Bem-Estar de Produto do Instagram, a mudança surge também porque do “lado do Facebook têm sido feitas várias mudanças no Feed de notícias para tornar mais fácil para as pessoas construírem relações e reduzirem o consumo passivo de conteúdo com pouca qualidade”.

A justificação do consumo passivo é a mesma que Mark Zuckerberg, fundador e presidente executivo da empresa que detém as redes sociais, deu no Congresso americano na audição após a divulgação do caso Cambridge Analytica. Segundo o americano, o problema nas redes sociais é o consumo passivo, sem interacções. Ou seja, se não partilhar fotografias ou fizer comentários e utilizar as redes sociais apenas como um mirone, a gratificação retirada pela utilização das redes sociais não é benéfica, diz o empresário.

O principal objectivo, disse Ranadive aos jornalistas, é dar aos utilizadores mais informação sobre o tempo que despendem na aplicação. A longo prazo, e depois de ver como os usuários vão receber esta funcionalidade, o Facebook espera ‘evoluir’ a ferramenta para, eventualmente, permitir controlo parental nas aplicações (consolas de jogos, como a Nintendo Switch têm já ferramentas neste âmbito para os pais porem contadores no tempo de jogos para os filhos).

CONSERVAÇÃO DA NATUREZA. Eventos climatéricos fortes associados ao El Niño no Oceano Índico terão puxado peixes e moluscos mais para o Sul, para fora do alcance dos pinguins, o que resultou numa diminuição da população e em pouco sucesso na reprodução.

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O número de pinguins-rei na ilha francesa de Île aux Cochons — localizada a cerca de meio caminho entre a ponta sul do continente africano e a Antárctica — caiu de dois milhões para duzentos mil espécimes em três décadas.

Segundo o artigo publicado na Antarctic Science que recorreu a imagens satélite do local, a colónia sofreu uma diminuição de 90% da sua população. Esta é considerada a maior colónia do mundo desta espécie de pinguins. “É completamente inesperado, e particularmente significativo porque esta colónia representa quase um terço dos pinguins-rei em todo o mundo”, notou Henri Weimerskirch, o autor principal do estudo.

As causas para esta redução acentuada da população não são ainda conhecidas. Contudo, o ecologista do Centro de Estudos Biológicos de Chize, França, que acompanha a colónia desde 1982, assinalou que as alterações climáticas poderão estar a afectar a população.

De acordo com o cientista, em 1997, um evento climatérico particularmente forte associado ao El Niño aqueceu a parte sul do Oceano Índico, puxando peixes e moluscos — fonte de alimento — mais para sul, para fora do alcance dos pinguins. “Isto resultou numa diminuição da população e em pouco sucesso na reprodução em todas as colónias da região”, afirmou Weimerskirch citado pelo The Guardian.

O El Niño é um evento cíclico, com uma periodicidade que varia entre dois e sete anos, mas que pode ser intensificado pelo aquecimento global. Um outro estudo científico de Weimerskirch prevê que, devido às alterações climáticas, a Île aux Cochons irá tornar-se inabitável para os pinguins-rei. Neste cenário, a migração da população seria inviável, uma vez que não existem ilhas com as características necessárias à sobrevivência da espécie no raio de alcance dos pinguins.

Outro dos factores que pode estar a afectar esta colónia é o excesso de população da colónia. “Quanto maior a população, maior a competição entre os indivíduos”, destacou o comunicado do Centro Nacional de Investigação Científica de França, que financiou o estudo. “As consequências da falta de alimento são assim amplificadas e podem desencadear uma queda drástica dos números sem precedentes.”

Há ainda a possibilidade de esta colónia estar a ser dizimada pela cólera aviária, uma doença que está a afectar outras populações de aves marítimas na região. Outras das hipóteses consideradas pelos cientistas é a chegada de uma espécie invasora — ratos, ratazanas ou gatos — à ilha. Em qualquer dos cenários, os investigadores só vão conseguir identificar com certeza as causas para este fenómeno quando voltarem a visitar a ilha, expedição que está prevista para 2019.

O pinguim-rei é a segunda maior espécie de pinguins em número, apenas superada pelo pinguim-imperador. De acordo com a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional da Conservação da Natureza (conhecida pela sigla em inglês IUCN), a espécie encontra-se num estado de conservação “pouco preocupante”. Contudo, os novos dados podem justificar uma reavaliação.

ELEIÇÕES. Candidato da oposição manifestou-se contra os acordos com a China e prometia revê-los. Chineses manifestam-se na defesa dos resultados eleitorais que deram a vitória a Mnangagwa.

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A China deu sinais de se ter incomodado com discursos ‘anti-China’ do líder da oposição no Zimbábue, Nelson Chamisa, durante a campanha eleitoral para as eleições de 30 de Julho e cujos resultados mantêm a ZANU-PF no poder e confirmam Emmerson Mnangagwa na presidência.

Os chineses foram os primeiros a considerar “pacífica e ordeira” a eleição, solicitando que se “respeite a escolha do povo”. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China em Pequim, Geng Shuang, garantiu que a China quer trabalhar com a comunidade internacional para salvaguardar a “paz, estabilidade e desenvolvimento” naquele país.

“Como um país amigo do Zimbábue, pedimos que as partes relevantes tenham em mente o interesse do país e do povo”, salientou, acrescentando que a China se baseava-se nas declarações dos observadores que enviou ao Zimbábue.

“De acordo com suas observações no terreno, o nível de participação do povo do Zimbábue foi alto, a eleição foi geralmente pacífica e ordeira”, reforçou Geng.

Durante a campanha eleitoral, o principal candidato da oposição prometeu rever os contratos entre os dois países. “Vi os acordos que (o presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, celebrou com a China e outros e estão a roubar os recursos do país”, salientava Nelson Chamisa, num comício em Maio.

Nessa altura, prometeu, a partir de Setembro, quando assumir o cargo, “chamar os chineses e dizer que os acordos que assinaram são inaceitáveis e que eles deveriam voltar para o país deles”.

A posição de Nelson Chamisa já tinha sido ensaiada pelo ex-presidente zambiano Michael Sata, que faleceu em Outubro de 2014. Enquanto candidato da oposição, optou pelos discursos ‘anti-China’, durante a campanha eleitoral para as eleições de Setembro de 2011. Especialistas consideraram, na altura, que aquela posição foi determinante para a sua vitória folgada. O mesmo resultado não teve, entretanto, Chamisa.

Relações económicas

Pequim mantém estreitos laços económicos e diplomáticos com o Zimbábue, sendo o maior investidor estrangeiro. Nos últimos anos, Mnangagwa foi visto como mais favorável aos negócios e pragmático do que muitos outros altos executivos do partido no poder Zanu-PF, características atraentes para um governo chinês interessado em proteger investimentos que vão desde redes de telefonia móvel à energia hidroeléctrica e tabaco.

O presidente eleito visitou Pequim pouco antes do golpe contra Mugabe, o que levou à especulação de que havia procurado a bênção das autoridades para a mudança de liderança, apesar de a China descrever a viagem como uma “troca militar normal”.

Voltou a visitar Pequim, enquanto presidente interino. Alguns meses antes, a China havia assinado um empréstimo de 153 milhões de dólares para expandir e actualizar o aeroporto internacional de Harare, uma iniciativa que visava estimular o turismo e o investimento.

O partido comunista chinês, liderado por Xi Jinping, comprometeu-se a promover o rápido crescimento económico, mantendo um controlo sobre o poder político.

A petrolífera estatal Sonangol e as companhias de aviação Helicónia, do Luxemburgo, e CHC, do Canadá, assinaram, na quarta-feira, em Luanda, um memorando de entendimento para apoiar o processo de regeneração da Sonair.

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O documento foi rubricado pelo presidente do conselho de administração da Sonangol, Carlos Saturnino, e por Daniel Sigaud, responsável pelo consórcio Helicónia e CHC.

Segundo a petrolífera, o acordo prevê duas fases de implementação. A primeira dedicada a uma avaliação interna completa da Sonair e a segunda analisará a possibilidade de formação de um consórcio entre as empresas estrangeiras e a companhia de aviação da Sonangol, para o relançamento das suas actividades.

Entre as actividades a desenvolver, a prioridade recai para a busca de soluções urgentes para o atendimento aos operadores petrolíferos. A Helicónia e a CHC são companhias de aviação de asa rotativa e operam em vários países do mundo, com destaque para o apoio às operações de ‘offshore’.