“A impossibilidade de se obterem, durante cerca de dois meses, as declarações de exclusividade causou prejuízos elevados ao sector”
No ano de 2024 registou-se uma crescente inflação e perda de poder de compra. Que análise faz do sector das fábricas de materiais de construção neste exercício?
A maioria das indústrias de materiais de construção, nomeadamente as filiadas na Associação das Indústrias de Materiais de Construção, continuam a operar em cerca de 30 a 40% da sua capacidade instalada. Tem-se verificado também uma aposta significativa na melhoria dos processos produtivos e na implementação de sistemas de qualidade dos produtos produzidos localmente, o que vemos como positivo. Pretende-se igualmente que a qualidade certificada ou aferida por entidades independentes dos produtos passe a ser obrigatória.
Continua a debater-se com a concorrência desleal?
A concorrência desleal no nosso mercado é grande. Não obstante ser necessário melhorar o ambiente de negócios por via da melhoria dos níveis de competitividade, é imperioso e necessário que as indústrias que operam no mercado nacional sejam obrigadas a ter sistemas de qualidade implementados nas suas produções e validadas por entidades externas, distinguindo-se assim o ‘trigo do joio’ e melhorando obviamente as condições de segurança das populações e também a longevidade das referidas construções.
Há a necessidade de incentivos para se potenciar o sector?
O sector precisa que sejam melhoradas as infra-estruturas das zonas onde estão instaladas as unidades industriais, nomeadamente o Pólo Industrial de Viana e seja dada continuidade, se possível reforçar, a proteção da Industrial nacional de forma que a mesma consiga ganhar escala para poder ser mais competitiva.
O que marcou o sector neste exercício?
Dois acontecimentos marcaram o sector. A contínua desvalorização cambial da nossa moeda e a consequente dificuldade em importar os insumos e matérias-primas necessárias aos processos produtivos. A impossibilidade, durante cerca de dois meses, de os industriais obterem, junto do Ministério de tutela, as declarações de exclusividade para importação de matéria-prima, causou prejuízos elevados ao sector com pagamentos de sobre-estadias nos portos.
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