SECTOR DIAMANTÍFERO NÃO RESISTE ÀS SANÇÕES À RÚSSIA

Catoca já enfrenta falta de peças

As sanções que os Estados Unidos e países ocidentais impuseram à Rússia já estão afectar não só a associada Alrosa, mas também a Sociedade Mineira de Catoca (SMC), uma subsidiária da Endiama.

 

Catoca já enfrenta falta de peças

Uma fonte ligada ao sector diamantífero disse à VOA que começaram a faltar peças sobresselentes e máquinas que eram fornecidas por empresas da Bielorrússia, outro país afectado pelas sanções dos EUA e da União Europeia. “Até cidadãos russos com cargos de direcção já estão a sentir os efeitos das sanções”, reforçou o mesmo contacto.

Segundo a fonte, na tentativa de contornar a falta de peças, a SMC, que integra técnicos e engenheiros russos e ucranianos, estaria a considerar recorrer ao mercado sul-africano.

A Alrosa é responsável por 90% da produção de diamantes da Rússia, o que representa, por outro lado, 28% da produção global. Mas na mina de Catoca entra com 41%, os mesmos da Endiama, enquanto a Lev Leviev International – LLI (China) participa na sociedade com 18%.

As sanções americanas afectaram a Alrosa que assim se viu privada de aceder ao capital estrangeiro e participar em transacções financeiras, ao ter os seus bens em países ocidentais congelados.

DESPEDIMENTOS À VISTA

A SMC emprega mais de três mil trabalhadores e sindicalistas ligados ao sector alertam para eventuais despedimentos em massa, por causa das sanções que afectam a Alrosa, o ‘gigante’ russo de prospecção e produção de pedras brilhantes e um dos maiores investidores na produção angolana.

Por exemplo, o sindicalista Francisco António Jilo, da Sociedade Minerais Limitada (Luminas), estima mesmo que “será uma situação catastrófica”, para as províncias das Lundas Norte e Sul, onde “já é muito acentuado” o desemprego.

“Por causa das sanções à companhia russa e associadas, em Angola, não restará outro recurso senão o despedimento do pessoal”, vaticina, por sua vez, o sindicalista Victor Aguiar, que apela à protecção do Governo.