Competências específicas durante e pós-pandemia

07 Apr. 2021 Opinião
D.R

Como podemos reter talento através da actualização dos nossos Sistemas de Avaliação de Desempenho?

Não é novidade que esta pandemia veio revolucionar as empesas e a maneira como os nossos colaboradores, seja em trabalho remoto, seja presencial, se têm dedicado para o alcance contínuo dos resultados nas organizações.

Houve uma necessidade de adquirir competências comportamentais (específicas) abruptamente e em tão pouco tempo, que auxiliaram muitas organizações a continuarem a actuar no mercado. Estas competências específicas, na verdade, já eram conhecidas, mas raramente imprescindíveis e pouco avaliadas em comparação a outras competências comportamentais mais tradicionais. Neste sentido, enquanto vivemos e ultrapassamos tempos extraordinários, os nossos sistemas de Avaliação de Desempenho (AD) devem também acompanhar esta evolução.

Como organizações, devemos actualizar os nossos sistemas de AD, com o propósito de incluir as novas competências exigidas dos nossos colaboradores a nível global. Os colaboradores devem não só serem avaliados com base nos seus objectivos anuais, competências comportamentais e técnicas, bem como os Key Performance Indicators (KPIs) já definidos para as suas funções, mas também com base nesta adaptação célere que a pandemia exigiu de todos nós.

É essencial desenvolvermos estas competências específicas, que são e serão valorizadas durante e após a pandemia. Abaixo menciono apenas quatro(4) competências específicas que considero cruciais, mas não, de todo, as únicas relevantes:

1. Adaptação e resiliência – Hoje em dia, a adaptação a novas realidades é fundamental. Os colaboradores devem adaptar-se a trabalhar tanto no escritório quanto em casa, ou em qualquer lugar que for oportuno, o que implica ter a capacidade de desenvolver diversas habilidades pessoais de resiliência, flexibilidade, organização e comunicação. Esta nova realidade testa, de forma constante, a resiliência de cada um, não só a nível profissional, mas também a nível pessoal. Devemos ser resilientes e encarar as situações de forma positiva, contribuindo proactivamente para a melhoria dos processos da organização.

2. Comunicação e melhoria contínua – Novos enquadramentos e métodos de trabalho, requerem inevitavelmente novas abordagens e competências ao nível de comunicação. É importante o desenvolvimento de capacidades de colaboração, o que implica a utilização de novas ferramentas e o desenvolvimento de competências ao nível comunicativo. O trabalho remoto por exemplo, implica conseguir transmitir informações de forma eficiente, eficaz e consistente aos nossos clientes, parceiros e colegas de trabalho.

3. Trabalho em equipa – Mais do que nunca é importante não só manter a produtividade individual, mas também ser capaz de identificar lacunas da sua equipa e ajudar a motivar todos os elementos para que estejam todos a trabalhar com rumo ao mesmo objectivo.

4. Ética de Trabalho, organização e responsabilização – Ser capaz de se organizar e ter uma visão clara da sua função e do contributo que tem nos resultados da empresa é substancial. A produtividade é a chave para conseguir ultrapassar os desafios impostos pelos eventos económica/globais. Ter vontade e capacidade de desenvolver recorrentemente as suas competências é um factor decisivo. O importante é estar disponível para uma evolução constante que possa enriquecer o seu contributo para a empresa, no âmbito da sua função. Quando o colaborador se torna mais eficiente através da sua organização pessoal, o mesmo contribui para a eficiência da equipa e, consequentemente, da organização.

 Com a actualização dos nossos sistemas de AD com as competências exigidas a nível global, garantimos que as nossas pessoas são avaliadas de forma justa, clara, concisa e transparente a nível continuo. Só assim conseguimos reter os nossos talentos e garantir que tenham uma carreira sólida.