MOTOTÁXI

E agora pergunto eu...

09 Oct. 2025 Geralda Embaló Opinião

Seja bem-vindo, querido leitor, a este seu espaço onde perguntar não ofende, depois de uma semana marcada a nível internacional por notícias de condenações à pena de morte.

E agora pergunto eu...

A China condenou durante a semana um seu ex-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais à morte por corrupção, por alegadamente receber luvas entre 2007 e 2024, e, antes que venha a malta do apoio à pena de morte por corrupção, berrar “é assim mesmo só assim é que aprendem”, vale lembrar que o facto de continuar a haver corrupção na China é exemplo acabado de que o efeito preventivo que se quer que a pena de morte tenha e que justifica a sua existência, simplesmente não existe, ou já não existiriam os crimes punidos pela pena de morte. O próprio presidente Xi Jinping, que se referia à corrupção como a maior ameaça ao Partido Comunista chinês, disse que a corrupção está a aumentar, o que significa que a pena de morte é ineficaz a servir como desincentivo.

Entretanto por aquelas paragens também há denúncias do uso do aparelho de Estado e sobretudo da justiça para servir fins políticos - ainda que provavelmente de forma mais subtil e elegante do que vemos entre nós em que hoje um candidato anuncia a sua candidatura e amanhã acorda com três ou quatro acusações de crimes “ah porque roubou brinquedos”, “ah porque é terrorista com russos”,  “ah porque trabalhava com a CIA para trair o país”... imagine-se um poder infantil como o nosso com a prerrogativa de condenar à morte, sendo que já condena a prisões que são equiparáveis tendo em conta as ameaças para a saúde dos detidos que a prisão representa. Voltando à China, que é useira e vezeira da pena de morte, ao ex-ministro condenado não falta companhia, sendo que na mesma semana 11 pessoas, de uma família acusada de vários crimes estilo mafia chinesa, foram condenadas à morte. E a lei é para todos. As relações entre a China e o Canadá estão em parâmpas desde março porque a China executou quatro canadianos acusados de tráfico de droga, apesar de todos os esforços do governo canadiano para evitar o desfecho.

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Geralda Embaló

Geralda Embaló

Directora-geral adjunta do Valor Económico