Extensão de contratos reduz pressão
Não fossem os acordos de extensão de alguns projectos de desenvolvimento petrolífero, assinados antes da pandemia entre as petrolíferas e a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustível (ANPG), algumas companhias estariam a enfrentar momentos de muita pressão face à necessidade de cumprirem compromissos e a necessidade de redução das despesas devido à pandemia da covid-19.
Esta é uma conclusão que consta nos dados sobre Angola do relatório Africa Energy a ser publicado brevemente, salientando que, devido à pandemia, muitas “operadoras estão a reduzir drasticamente as despesas de capital”. “A multinacional italiana Eni e a francesa Total, por exemplo, reduziram em 25% o investimento em exploração e produção em todo o continente em 2020. Em Angola, a Total suspendeu o desenvolvimento dos seus projectos de campo de satélite de ciclo curto, localizados perto das grandes instalações offshore da operadora. Dito isto, as recentes extensões de licença podem ajudar a aliviar o tempo e a pressão financeira na conclusão dos programas de perfuração, cujo status permanece desconhecido para a maioria dos blocos”, lê-se no relatório
O documento lembra, entre outros, que, “em Fevereiro, a ANPG assinou um Memorando de Entendimento (MoU) com o consórcio que possui e opera o Bloco 14 para estender o seu período de exploração até 2028” e ainda que, em Dezembro de 2019, foi assinado um contrato para a extensão da licença no Bloco 17 até 2045.
“Três projectos de ciclo curto estavam inicialmente em desenvolvimento no Bloco 17, com o objectivo de adicionar 150 milhões de barris à sua produção total e 100 mil barris à sua produção diária. Campanhas de exploração adicionais também foram planeadas para desbloquear mais recursos, com dois poços planeados para perfuração em 2020 e ainda provavelmente adiados. O bloco 17 continua a ser um participante essencial nos planos da Total de aumentar a sua produção em Angola até 2023”
O relatório faz ainda referência ao acordo de partilha de produção entre o consórcio liderado pela ExxonMobil, que opera o Bloco 15, e a ANPG e que permitiu estender as operações de blocos até 2032.
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