Julgamento de Jacob Zuma adiado
O julgamento por corrupção do ex-presidente da África do Sul, Jacob Zuma, acusado num caso de suborno com mais de 20 anos, foi hoje novamente adiado, desta vez para Dezembro, anunciou o juiz responsável pelo processo.
Zuma, de 78 anos, e que liderou o país entre 2009 e 2018, é acusado de receber cerca de 200 mil euros, em comissões da empresa Thales à margem de um contrato de armamento adjudicado em 1999.
O antigo chefe de Estado, então vice-presidente, e o grupo negaram sempre as acusações.
Inicialmente previsto para Maio, o julgamento de Zuma foi, numa primeira fase, adiado para Junho devido à pandemia da covid-19, tendo sido posteriormente alterado para Setembro por razões administrativas.
De acordo com a agência France-Presse, o juiz responsável pelo processo explicou que a audiência foi novamente adiada, desta vez para 8 de Dezembro.
Segundo o magistrado, o juiz afirmou que está à espera da “retoma do tráfego aéreo internacional”, em particular devido à chegada de testemunhas e representantes do grupo Thales.
Para combater a pandemia da covid-19 no país, as fronteiras da África do Sul estão fechadas desde o final de Março.
No processo penal a decorrer em Pietermaritzburg, Jacob Zuma enfrenta várias acusações de associação ilícita, fraude, corrupção e lavagem de dinheiro por envolvimento em operações, supostamente fraudulentas, a favor de um contrato público de aquisição de armamento com o grupo francês Thales de mais dois mil milhões de dólares, em 1999, quando era vice-presidente da República.
Zuma negou todas as acusações afirmando ser uma 'caça às bruxas' política do partido no poder, na altura liderado pelo Presidente Thabo Mbeki, que governou entre 1999 e 2008.
As acusações contra o antigo chefe de Estado sul-africano foram reinstituídas em Março de 2018, pelo Presidente Cyril Ramaphosa, um mês depois de Zuma ter sido forçado a renunciar ao cargo pela direcção do Congresso Nacional Africano (ANC), no poder desde 1994.
O programa de aquisição militar sul-africano no final da década de 1990 envolveu a compra de armamento e equipamento militar pelo governo do Congresso Nacional Africano, liderado por Nelson Mandela, em 1999, no valor de cerca de cinco mil milhões de dólares em 1999.
A aquisição de armamento, popularmente conhecida por 'Acordo de Armas', envolveu várias empresas europeias da Alemanha, Itália, Suécia, Reino Unido, França e África do Sul.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...