O JOGO DA COBARDIA
No próximo dia 14 de Novembro, Angola defronta a Argentina num jogo de futebol anunciado ainda no ano passado, por João Lourenço, como parte das celebrações dos 50 anos de Independência.
Em outras circunstâncias, o evento carregaria simbolismo e até seria histórico. Mas, como quase tudo no país, nos dias que correm, o entusiasmo esbarra na realidade. O anúncio do jogo deu lugar a apelos para o seu cancelamento — vindos de cidadãos, organizações da sociedade civil e até de figuras públicas. Circularam cartas dirigidas às autoridades argentinas e até a Lionel Messi, pedindo bom senso, empatia e sensibilidade.
O argumento central é simples: há prioridades muito mais urgentes do que gastar milhões num jogo de exibição, num país onde escolas degradadas, hospitais sem medicamentos e salários míseros continuam a ser o retrato quotidiano.
Mas o jogo vai mesmo acontecer. E é precisamente aí que o problema ganha outro nome: cobardia. O Governo teve todas as oportunidades para assumir a decisão — para justificar o evento, enquadrá-lo como instrumento de promoção do turismo, de diplomacia desportiva ou de imagem externa. Mesmo que houvesse discordância, seria uma decisão assumida.
Mas preferiu o caminho da dissimulação, deixando o empresário Bento Kangamba aparecer como o grande patrocinador e rosto do evento.
A verdade é que os angolanos, pelo menos muitos, não compraram esta tentativa de fazer crer que o jogo vai acontecer graças à ‘bondade’ e à excentricidade de Bento Kangamba.
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