Renováveis à espera de mapeamento
ENERGIA. Angola explora pouco as renováveis, estando dependente das tradicionais energias hídricas e fósseis.
Angola tem um Plano Estratégico de Energias Renováveis que visa o desenvolvimento do sector até 2017, mas a sua implementação caminha lenta. Na prática, está apenas na fase de mapeamento em várias localidades.
Até ao momento, são conhecidos dois modelos em fase piloto, a cidade Eólica no Namibe, onde está a ser feita a experiência de energia eólica, numa parceira público-privada, que contou com um investimento estimado em 176,6 milhões de dólares. A falta de dinheiro é o factor apontado como entrave ao alargamento das energias limpas em outras comunidades, segundo Vladimir Russo.
Outro tipo de energia, a solar, foi ensaiada na ‘Aldeia solar’, no município de Icolo e Bengo, em Luanda, com cerca de 500 casas equipadas com placas solares. Actualmente não funciona e muitas placas já foram roubadas.
Esse projecto, de acordo com o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, no acto da inauguração, serviria de teste para os futuros projectos de aldeias solar, caso fosse bem-sucedido.
A meta do Governo, no âmbito da energia solar, é a produção, até 202, de cerca de 100 megawatt para zonas rurais, num investimento estimado em 150 milhões de dólares.
O VALOR tentou, sem sucesso, junto do Ministério da Energia e Águas, obter mais dados sobre o grau de execução do Plano Estratégico das Energias Renováveis.
Especialistas consideram, no entanto, que Angola pode abastecer com sucesso cidades pequenas e comunidades rurais com energias renováveis. “Mas tudo passa por um plano nacional que defina as percentagens de energia a consumir: hídrica, solar, eólica e biomassa.”
Vladimiro Russo avisa que, “os custos de construção de barragens hidroeléctricas são muito elevados e as renováveis podem ajudar a alavancar a economia e a indústria”. O ambientalista aguarda o relatório final do Ministério da Energia e Águas sobre o mapeamento das potencialidades de produção de energia solar e eólica em Angola.
BENEFÍCIOS MÚLTIPLOS
Os benefícios da aposta nas energias renováveis são múltiplos. Por exemplo, há comunidades que não têm gerador e usam lenha. A colheita de lenha tem efeitos negativos sobre o ambiente, a devastação das florestas com os danos à saúde humana que comportam. “Existem outros benefícios das energias renováveis, como a possibilidade de gerar novos postos trabalho, quer através da criação de pequenas empresas quer por meio da concessão micro-créditos. Por exemplo, é necessário que existam pessoas que carreguem as baterias para utilização em micro turbina eólicas”, refere Vladimir Russo, apontando que “estas actividades podem gerar emprego”.
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