António Nogueira

António Nogueira

FOME. Aproximadamente 20 milhões de pessoas, em quatro países do ?mundo, vivem situação de fome extrema. No Iemén, uma das nações abaladas pela crise, a situação é mais grave, estando o país à beira de um colapso total.

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O director do Programa Alimentar Mundial, David Beasley, considera que o mundo está a atravessar a maior crise humanitária dos últimos 70 anos, com mais de 20 milhões de pessoas em risco de fome extrema no Iémen, Somália, Sudão do Sul e Nigéria.

Em recentes declarações à Lusa, David Beasley realça que a situação mais grave é a do Iémen, onde perto de sete milhões de pessoas dependem das ajudas alimentares internacionais para conseguirem sobreviver.

“Enfrentamos a maior crise humanitária em 70 anos, com 20 milhões de pessoas perto de morrer à fome em quatro países”, afirma, sublinhando que “a fome é uma situação rara” e que ter quatro países à beira do risco de fome ao mesmo tempo é algo de que “nunca se ouviu falar”.

David Beasley dá conta que “em cada um destes países, facções em guerra e violência têm posto a sua agenda à frente das pessoas”, criando emergências de fome e doença a larga escala e dificultado a acção das organizações humanitárias.

Em relação ao Iémen, o director do Programa Alimentar Mundial salienta que “o país está à beira de colapso total” e que “a malnutrição entre as crianças está em níveis altíssimos, impedindo uma geração inteira de alcançar todo o seu potencial”.

“O sistema financeiro está em ruínas e grandes áreas do sector público, incluindo milhares de funcionários de saúde, não recebem os seus salários há quase 10 meses”, sustenta David Beasley, lembrando que, além da fome, há ainda o surto de cólera, que tem causado a morte de outras centenas de pessoas.

*Com agências

REGULAMENTAÇÃO. Medida, que vigora desde o mês passado, é aplicada a todas as entidades que compõem o sistema de arrecadação de receitas públicas, nomeadamente a Administração Geral Tributária (AGT), a Direcção Nacional do Tesouro, da Contabilidade Pública e o Banco Nacional de Angola (BNA), entre outras.

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O Ministério das Finanças aprovou, em despacho Executivo, publicado em Diário da República de 27 de Julho, as normas sobre a arrecadação de receitas públicas, no quadro do início de funcionamento do Sistema Integrado de Gestão Tributária (SIGT), que visa, entre outros, eliminar a “pesada” burocracia.

O diploma, segundo o Ministério das Finanças, entra em vigor, numa altura em que está em curso, no país, um processo de modernização do sistema tributário, que visa uma progressiva desmaterialização dos processos e respectivos formulários de suporte, com particular ênfase para aqueles que estão associados aos processos declarativos, bem como os esforços declarativos pela AGT.

“Este diploma justifica a necessidade de se dar maior segurança e tornar mais eficiente o processo de pagamento de impostos e demais prestações tributárias a favor do Estado, por parte dos contribuintes”, justificam ainda as Finanças no preâmbulo do decreto.

O regulamento estabelece, entre outros objectivos, as normas sobre a arrecadação, contabilização, transferência, controlo e depósitos das receitas públicas, bem como todos os procedimentos do sistema de arrecadação de receitas públicas.

Estas normas são aplicadas a todas as entidades que compõem o sistema de arrecadação de receitas públicas, nomeadamente a Administração Geral Tributária (AGT), a Direcção Nacional do Tesouro, da Contabilidade Pública e o Banco Nacional de Angola (BNA), determina ainda o decreto.

Estão ainda abrangidas as instituições financeiras legalmente constituídas e outras entidades participantes do sistema de pagamentos de Angola. “À arrecadação, contabilização, transparência, controlo e depósito das receitas públicas, são aplicáveis os princípios da prossecução do interesse público, legalidade, justiça, unidade de tesouraria e unidade e universalidade orçamentais”, lê-se no diploma.

A AGT é responsabilizada, no entanto, pela condução e coordenação de todos os procedimentos utilizados no sistema de arrecadação de receitas públicas, acompanhamento e controlo do cumprimento dos prazos e fluxos documentais e financeiros das receitas públicas, além de contratar as entidades prestadoras de serviços, no quadro do referido sistema.

Constituem documentos do sistema de arrecadação de receitas públicas, a cobrança (DC), o boletim diário de arrecadação (BDA), o boletim mensal de arrecadação (BMA) e o mapa de conciliação bancária (MCB). Os extractos das contas de reconhecimento e da Conta Única do Tesouro (ECUT) são também documentos do sistema de arrecadação de receitas públicas, segundo ainda o diploma que vimos citando.

CARREIRA. Considerado o 34.º homem mais rico do mundo pela Forbes, com uma fortuna avaliada em 12,9 mil milhões de dólares, Elon Musk fundou a SpaceX, a primeira empresa privada de exploração espacial a conseguir um contrato com a NASA para o abastecimento da Estação Espacial Internacional.

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Elon Musk nasceu e cresceu na África do Sul, tendo mudado, mais tarde, para o Canadá. De lá, voou para os EUA. Acabou por estudar Física e Economia na Universidade de Pennsylvania e, com 24 anos, foi para Stanford tirar um doutoramento em Física Aplicada.

Desistiu dois anos depois para lançar a sua primeira empresa, a Zip2, com o irmão Kimbal, e que teve clientes como o The New York Times. Em 1999, vendeu-a à Compaq por 307 milhões de dólares em dinheiro e 34 milhões em acções. Da venda da Zip2, Musk recebeu 22 milhões de dólares. É aqui que o dinheiro começa a atrair dinheiro.

Deste montante pegou em 10 milhões e fundou a X.com, uma empresa de serviços financeiros online que mais tarde (e após a fusão com a Confinity), se chamaria PayPal — e que pôs Musk e o recém-lançado sistema de pagamento digital no palco da comunidade tecnológica mundial.

“O chefe da máfia do PayPal”, como viria a ser conhecido — ainda que pelo caminho tenha sido atraiçoado pelos colaboradores e substituído no cargo de CEO pelo icónico e polémico Peter Thiel.

Mas isso não foi um problema. Se Musk não podia influenciar a empresa de uma forma, decidiu influenciá-la por outra. Afastado da posição de liderança, o homem que Eric Jackson, autor do livro The PayPal Wars: Battles with eBay, the Media, the Mafia, and the rest of Planet Earth, afirmou ser um “idiota egocêntrico” começou a investir no PayPal até se tornar o seu principal accionista.

A venda milionária da empresa ao eBay, por 1,5 mil milhões de dólares, em 2002, acabou por ser a sua rampa de lançamento.

É com os 200 milhões de dólares que capta com esta operação que começa a investir noutros campos da tecnologia. É por esta altura que começa a sua obsessão por Marte e pela civilização auto-sustentável que quer que exista no planeta vermelho.

Em 2002, e com 100 milhões de euros, Musk fundou a SpaceX, a primeira empresa privada de exploração espacial a conseguir um contrato com a NASA para o abastecimento da Estação Espacial Internacional. Musk saiu de Silicon Valley e mudou-se para Los Angeles, onde tem a sede da empresa e arrancou com aquela que passou a ser considerada a “Agenda de Marte”.

Em 2040, Musk quer ter uma colónia auto-sustentável de 80 mil pessoas a viver no planeta vermelho, onde todos os transportes serão eléctricos.

De acordo com o The New York Times, Musk estima que o foguetão que vai permitir levar pessoas a Marte custe 10 mil milhões de dólares e o plano é que a primeira viagem ocorra já em 2024.

Enquanto a nave não descola, a empresa de Elon Musk vai gastando dezenas de milhões de dólares por ano a desenvolvê-la. A ideia é que cada voo transporte cerca de 100 pessoas e que os preços da viagem andem entre os 100 mil e os 200 mil dólares até que a cidade auto-sustentável de Marte esteja efectivamente pronta, Musk estima que passem entre 40 e 100 anos.

Quando vendeu o PayPal e fundou a SpaceX, além de ter investido na Tesla, Elon Musk investiu 10 milhões de dólares na SolarCity, que foi fundada pelos primos Lyndon e Peter Rive em 2006 e que foi recentemente adquirida pela irmã Tesla por 2,6 mil milhões de dólares.

A SolarCity tem-se dedicado à produção e instalação de painéis solares e — apesar de as suas dívidas ascenderem a 6,3 mil milhões de euros — conseguiu recentemente pôr a ilha de Ta’u, no Oceano Pacífico, a ser abastecida por painéis solares quase na totalidade.

A ilha da Samoa Americana, que se situa na Polinésia, mas é administrada pelos EUA, tem menos de 600 habitantes e 5.328 painéis solares e 60 Tesla Powerbacks, que substituem os 413.910 litros de gasóleo que a ilha tem de importar todos os anos.

DA TESLA A HYPERLOOP

Foi em 2004 que Elon Musk investiu 7,5 milhões de dólares na empresa de carros 100% eléctricos, a Tesla, liderando a ronda de investimento Série A da empresa e tornando-se seu presidente não executivo.

A liderança nas operações, enquanto CEO, chegou quatro anos depois, na sequência da crise financeira. Foi aí que o investidor tomou as rédeas operacionais da empresa, mas foi preciso um milagre de Natal para salvar a Tesla da falência.

Neste momento, já existem estações de carregamento para carros Tesla, que custam cerca de 100 mil euros e são vendidas directamente ao consumidor pela marca, ignorando e afrontando o modelo tradicional dos concessionários automóveis. Elon Musk estima que sejam vendidos 500.000 carros Tesla por ano.

Na primeira Gigafactory, nos EUA, foram investidos mais de 5.000 milhões de dólares e as estimativas apontam para que sejam criados 6.500 postos de trabalho directos e 11 mil indirectos.

O projecto mais recente de Musk é a Hyperloop, um novo comboio supersónico que deverá conseguir percorrer uma distância de 600 quilómetros em meia hora, atingindo 1.223 quilómetros por hora.

O primeiro protótipo, que se chama DevLoop, está a ser construído no deserto de Las Vegas. E a autoridade responsável pelos transportes do Dubai já realizou um acordo com a empresa, para que comece a estudar a construção da primeira rede de passageiros e mercadorias entre o Dubai e Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, que vai percorrer cerca de 160 km em apenas 12 minutos.

*Com agências

CARREIRA. Entre os analistas reina o consenso de que Bezos deverá, em breve, ‘reclamar’ novamente o título, precisamente pelo facto de a sua fortuna ser uma das que mais cresce, nos últimos tempos, no mundo dos multimilionários.

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Durou pouco o reinado de Jeff Bezos no topo da lista das pessoas mais ricas do mundo. O fundador e CEO da Amazon manteve a posição de número um no ranking durante apenas algumas horas, na passada quinta-feira, 27, mas logo caiu para o segundo lugar, voltando a figurar atrás de Bill Gates.

De acordo com uma lista actualizada em tempo real pela Forbes, o fundador da Amazon passou a detentor desse título, ainda que por algumas horas, devido à valorização das acções da empresa que dirige, que subiram cerca de 40% no último ano. Cada acção da Amazon vale 1.063 dólares, segundo o The New York Times. Bezos detém quase 17% da empresa, o equivalente a 81 milhões de acções.

O aumento de 269 milhões de dólares na fortuna do espanhol Amâncio Ortega valeu-lhe o terceiro lugar, segundo a Forbes. O pódio fica completo com Ortega, que é o presidente e fundador da Inditex, grupo de empresas que detém marcas como a Zara e a Massimo Dutti. Entretanto, entre os analistas reina o consenso de que Bezos deverá, em breve, ‘reclamar’ novamente o título, precisamente “pelo facto de sua fortuna ser uma das que mais cresce, nos últimos tempos, no mundo dos multimilionários.

De Março até ao presente momento, Jeff Bezos ficou mais rico do que a concorrência ao amealhar 14,2 mil milhões de dólares, enquanto Gates engordou a conta com 3,8 mil milhões de dólares, no período em referência, segundo a Forbes. Sem mencionar que a gigante do ‘retalho’ electrónico, na qual Bezos mantém uma fatia de 17%, vive actualmente a sua melhor fase, sendo já apontada como a empresa de capital aberto com mais possibilidades de atingir uma capitalização inédita de um bilião de dólares.

BEZOS POR DENTRO

Numa altura em que se tornou no centro das atenções da esmagadora maioria da imprensa internacional, muitos quererão saber quem, na verdade, é o homem que deixou por algumas horas em segundo lugar Bill Gates, na lista dos mais ricos do mundo.

Jeff Bezos, segundo a imprensa de especialidade, não é o tipo de multimilionário com grande atracção por carros de luxo ou outras raridades onerosas, e sempre que coloca a mão no bolso para fazer alguma compra grande é porque tem um objectivo muito maior do que apenas satisfazer um desejo pessoal.

Desde 2013, por exemplo, Bezos está a investir forte para aumentar a sua presença em Washington, D.C. Foi quando desembolsou 250 milhões de dólares para assumir o controlo do “The Washington Post” e, recentemente, chegou a pagar 23 milhões de dólares por uma mansão na capital americana numa região onde terá como vizinhos Michelle e Barack Obama, além de Ivanka Trump e Jared Kushner.

BANANAS PARA OS VIZINHOS

Acusado de ser menos generoso do que outros multimilionários como Gates, Warren Buffett e Mark Zuckerberg, Bezos é visto com outros olhos por seus vizinhos, em Seatlle, EUA, onde reside e onde se situa a sede da Amazon.

Todos os dias, manda distribuir bananas suficientes para as mais de cinco mil pessoas que circulam ao lado da sua residência e de suas empresas. Para evitar a fama de ‘mão de vaca’, o multimilionário anunciou também no Twitter recentemente que aceita ouvir ideias sobre como investir em filantropia. Por outro lado, Além da Amazon, Jeff Bezos é também o fundador da Blue Origin, uma empresa aeroespacial privada que investe na ideia de exploração de outros planetas e que fará a sua primeira viagem no próximo ano. O tema é um dos que mais empolga o multimilionário que, no entanto, acredita que, em breve, existirão hotéis espaciais, parques de diversão intergaláticos e até cidades inteiras girando sobre a terra.

De tão ‘apaixonando’ que é pelo negócio, Bezos até mandou gravar o slogan da Blue Origin nas botas que costuma usar, num estilo que faz lembrar os Cowboys dos filmes de Faroeste, escrevendo “Gradatim Ferociter”, expressão latina que significa, em português, “Passo a passo, ferozmente”.

TELECOMUNICAÇÕES. Empresa refere que a aposta na área dos serviços diminui o recurso à importação de produtos, fazendo com que esteja somente focada na manutenção do ‘know-how’.

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A empresa de direito angolano ligada a soluções integradas no mercado de tecnologia de informação e comunicação Omnidata Trading deverá continuar a apostar na área dos serviços tecnológicos, no mercado nacional, no intuito de ‘fintar’ o impacto da crise económica que continua a assolar o país.

A estratégia foi avançada, ao VALOR, pelo director técnico da empresa, Mandela Barros, durante o ‘Fórum Omnidata’, realizado, na semana passada, em Luanda, para assinalar os 20 anos de existência da empresa no mercado angolano.

Segundo Barros, o balanço de 20 anos das operações da empresa, em Angola, “é positivo”, apesar da actual crise económica, atribuindo o “sucesso” à aposta na área de serviços de tecnologia integrada que, em muitos casos, dispensa o recurso à importação de produtos.

“Como muitas empresas, em Angola, a Omnidata também se ressente da crise, mas em proporções menores porque temos apostado na área dos serviços para driblar a crise. Nesta área, não dependemos grandemente da importação, mas sim de ‘know-how’, e isso nós temos”, assinalou Barros.

A fonte recusou-se, no entanto, a avançar números sobre o volume de facturação no ano passado, por “se tratar de um assunto fora da sua jurisdição”. Entretanto, o Valor apurou que, em 2015, a empresa registou um resultado de cerca de 7,7 mil milhões de kwanzas, o que representou um crescimento de 72%, face aos 4,5 mil milhões de kwanzas de 2014.

O CONTRIBUTO DO ANGOSAT

Referindo-se à anunciada entrada em operação do satélite angolano para breve, Mandela Barros enalteceu o investimento do Estado, salientando que vai “certamente” dinamizar, ainda mais, o mercado, em termos de capacidade de largura de banda. “Até ao momento, precisamos de meios como a fibra óptica para poder interligar as empresas e as pessoas mas, agora, o Angosat vai certamente ser um grande contributo para que possamos agregar ainda mais valor aos serviços que já prestamos ao mercado”, asseverou.

Em termos concretos, a empresa presta actualmente serviços tecnológicos na área de redes sem fios, redes de computadores, comunicação unificada, data storage, virtualização, backup e restauração, segurança de informação, entre outros.

Entre os seus principais clientes, destacam-se as duas operadoras de telefonia móvel, em Angola, nomedamente a Unitel e a Movicel. Mas a carteira de clientes estende-se também à banca, sendo o Standard Bank um dos principais ‘consumidores’ dos serviços da Omnidata ou ainda a nível do Governo, onde se destacam clientes como o Ministério das Pescas.