ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS. Metano também atingiu um novo pico no ano passado, registando uma presença de mais do dobro do que se verificava na época pré-Revolução Industrial. Os gases que provocam efeito de estufa e aquecimento global atingiram novos recordes de concentração na atmosfera em 2017, alertou, na passada semana, a Organização das Nações Unidas (ONU), que apela à necessidade de acção urgente. “Os dados científicos não enganam. Se não reduzirmos rapidamente as emissões de gases com efeito de estufa, especialmente dióxido de carbono (CO2), as alterações climáticas terão consequências irreversíveis e cada vez mais destruidoras para a vida na Terra”, sintetizou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência das Nações Unidas. Na Cimeira do Clima COP 24, que se realiza em Dezembro na cidade polaca de Katowice, a comunidade internacional deverá concluir o Acordo de Paris para limitar o aquecimento global a menos de dois graus centígrados em relação aos valores pré-industriais. As concentrações de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso aumentaram para “novos recordes”, sendo o primeiro aquele que mais contribui para o efeito de estufa, tendo atingido, em 2017, 405,5 partículas por milhão na atmosfera. “A última vez que a Terra teve uma concentração de dióxido de carbono semelhante foi há três milhões de anos”, indicou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas. O metano também atingiu um novo pico no ano passado, registando uma presença de mais do dobro do que se verificava na época pré-Revolução Industrial. De acordo com os dados da OMM, também houve um aumento inesperado de um gás com potente efeito de estufa, o CFC-11, cuja produção está regulamentada para proteger a camada de ozono. As concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera dependem de emissões provocadas pela actividade humana, mas também de interacções complexas entre a atmosfera, a natureza e os oceanos, que absorvem cerca de um quarto das emissões, a mesma quantidade absorvida pela biosfera. Para a ONU, o tempo de agir para travar o que se passa é agora, para evitar que o aquecimento passe para lá dos três graus. O director de investigação da OMM, Pavel Kabat, afirmou que a tendência de aumento dos gases com efeito de estufa é “inquietante” e nada indica que, sem um esforço, haja uma inversão. Trump com dúvidas O presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a questionar as alterações climáticas devido à onda de frio que deve atingir o Nordeste dos Estados Unidos nos próximos dias. “Um frio brutal e prolongado, capaz de quebrar todos os recordes, o que aconteceu ao aquecimento global?”, questionou Trump, na passada quarta-feira, numa mensagem publicada na conta oficial da rede social Twitter. De acordo com as últimas previsões meteorológicas, os próximos dias nos EUA serão os mais frios desde que há registos. Em Nova Iorque, o recorde é de três graus negativos, registados em 1871. Em 1901, em Boston, foram registados cinco graus negativos, enquanto em 1996, os termómetros em Filadélfia mostraram um grau negativo. Nestas três cidades, são esperadas temperaturas mínimas entre nove graus negativos e seis graus negativos, enquanto noutras cidades, como Burlington ou Portland, os termómetros podem descer até aos 14 graus abaixo de zero. Em algumas zonas, a sensação térmica poderá atingir os 30 graus negativos. A mensagem de Trump surge poucos dias depois de o presidente ter admitido que o aquecimento global “pode ter contribuído um pouco” para a progressão fulgurante das chamas, referindo-se aos incêndios que devastam a Califórnia há duas semanas e que já provocaram mais de 80 mortos.
Valor Económico
BALANÇO. Mandato de Emmerson Mnangagua à frente do Zimbábue marcado com quadro económico difícil, similares aos da era Mugabe. Falta de recursos em moedas estrangeiras e medicamentos nos hospitais integram cabaz de necessidades imediata para o país e famílias. País tem outra moeda há dois anos. Persistem as dificuldades económicas no Zimbábue deixadas pelo destituído presidente Um ano depois da saída de Robert Mugabe, agravaram-se as necessidades com moedas estrangeiras e materiais de apoio hospitalar, como medicamentos. Estas dificuldades constavam do programa de governo do sucessor de Robert Mugabe, o presidente Emmerson Mnangagwa, que prometeu, entre outros, tornar um ‘dólar’ zimbabuano mais forte e captar biliões de dólares em investimentos. Indicado pela ZANU-PF, Emmerson Mnangagwa também garantiu “valorizar a liberdade de expressão”, assim como buscar o “reengajamento com o Ocidente”. Passados 12 meses, Mnangagua é desafiado pela conjuntura económica local, o que está a pressionar o cumprimento das promessas de início de mandato. A economia continua a cair. E há quem descreva a situação como a pior dos últimos 10 anos, havendo no seio da população o medo de que a situação possa atingir os níveis observados em 2008 e 2009, quando o Zimbábue registou uma inflação de mais de um milhão por cento. De acordo com observadores, e o que escreve a imprensa local, a escassez de moeda estrangeira tornou-se no principal problema do país. O governo não tem dinheiro e os bancos também não estão a disponibilizar divisas para financiar a factura de importação de bens essenciais. No entanto, os problemas económicos e financeiros começaram há dois anos, quando o país introduziu, no mercado, as conhecidas ´notas de obrigações’, uma moeda local com um valor semelhante ao dólar americano, mas que de nada vale fora do território zimbabueano. Emitidas pelo banco central zimbabuanos, economistas consideraram que as também designadas “bond notes” acabaram por aumentar ainda mais a inflação. À semelhança do passado, a oposição que protesta nas ruas, reivindicando vitória eleitoral, foi reprimida, numa acção policial que resultou em três mortes e 10 feridos. Muita gente passou a ser julgada e condenada com base na acusação de “insulto” contra as instituições públicas ou o presidente. Euforia durou 1 ano Depois de em 21 de Novembro terem festejados a saída de Robert Mugabe da presidência, zimbabuanos revivem o drama da difícil situação económica. Observadores compararam os festejos da saída de Mugabe à proclamação da independência daquele país da realeza britânica. Mas, um ano depois, o otimismo do Zimbábue diminuiu. A situação económica e social degradou-se em níveis mais profundos do que na gestão de Mugabe. O atual governo diz que a “reforma leva tempo” e pede “paciência”. Uma economia “já arruinada foi ainda mais devastada pela nova inflação”, destacou, por exemplo, o Washignton Post. A aproximação com o Ocidente, que evitou o Zimbábue por décadas e atrasou o investimento e o crescimento de empregos, tem sido hesitante. Descontentamento Nas ruas de Harare, já são visíveis grupos de cidadão descontentes com intenção de se manifestar. Temba Mlandeli, engenheiro na capital do Zimbábue, Harare, exalava otimismo numa entrevista antes da eleição. Hoje, Mlandeli perdeu essa optimismo. “Para ser sincero, não é exactamente o que eu esperava”, disse, citado pela imprensa local, balaceando os 12 meses da gestão de Mnangagwa.
Produtos feitos em Angola vão passar a estar expostos numa plataforma electrónica. Instrumento vai permitir que clientes e demais interessados saibam sobre o que se produz, quem e onde se produz. Iniciativa é do Ministério da Economia ao abrigo do PRODESI.
José Eduardo dos Santos assegurou que, mesmo com a crise, não cortou salários à Função Pública. Nem mesmo o 13.º mês. E lembra que fez actualizações aos salários em função da taxa de inflação que chegou a roçar os 40%. Ex-Presidente responde assim às críticas de João Lourenço.
Alienação do capital público nos vários negócios chega à banca. Instituto que gere privatizações não aponta nomes, mas não deve pôr de parte o Caixa Angola, Banco Económico e o BAI. BPC não entra para já na lista por “desenvolver operações que servem objectivos do Estado”. Governo quer primeira privatização já em 2019.
Até aqui, Angola perdeu oito anos