Valor Económico

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BIODIVERSIDADE. Entre os mamíferos, foram recolhidas espécies de morcegos, roedores e musaranho, além de ratos endémicos. Trata-se de conclusões preliminares das expedições da National Geographic de 2015 a 2016.

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Pelo menos, 1.050 amostras de plantas, três mil de peixes, 99 de répteis e anfíbios, 407 aves e 43 mamíferos foram apresentadas, na passada semana, como resultados de uma expedição de conservação da bacia Cubango/Okavango, da National Geographic.

Os resultados da expedição foram anunciados pelo director assistente do Projecto, Kerllen Costa, durante um ‘workshop’ sobre o potencial de conservação da torre de água do Cubango/Okavango/Zambeze.

Segundo Kerllen Costa, foram recolhidas mais de mil amostras de plantas, com mais de 40 observadores, sendo 14 delas potencialmente novas e 18 recentemente registadas em Angola, incluindo dois novos registos genéricos.

Segundo reporta, a equipa registou 15 espécies nunca anteriormente registadas no Bié, 24 no Kuando-Kubango e 106 no Moxico.

Em relação aos invertebrados, até à data, são conhecidos levantamentos sobre os invertebrados das nascentes em Angola, designadamente moscas das águas, potencialmente novas, observadas e outras ainda por identificar e classificar.

O responsável acrescentou que os peixes são mais de três mil, incluindo 94 espécies inseridas em 14 famílias, destas, cinco foram anteriormente registadas no sistema Okavango, duas das quais não estão descritas e outras três representam novos registos para a África Austral.

As qualidades não descritas, acrescentou, incluem um bagre especializado em viver em zonas pantanosas de turfa e um novo de água doce, enquanto os répteis e anfíbios atingiram uma cifra de 99 espécies, representando 64 répteis, 30 serpentes, igual número de lagartos, três de quelónios e um crocodilo e 35 anfíbios.

As aves também estão documentadas com um total de 407 espécies, em dois levantamentos, propriamente em rios e três em zonas terrestres, quatro destas foram incluídas na lista de aves de Angola.

Entre os mamíferos, foram recolhidas 43 espécies, desde sete morcegos, nove roedores e um musaranho, dentre estes, destaca-se a recolha do rato endémico angolano. Dados acústicos demonstram a existência de, pelo menos, 27 espécies de morcegos.

O relatório apresenta as conclusões preliminares das expedições científicas realizadas em Angola, em 2015 e 2016 pelo projecto da National Geographic.

RESTAURAÇÃO. Adquirida em finais de 2014 por brasileiros, a detentora dos cafés mais apreciados do Canadá enfrenta uma crise de reputação. Pela primeira vez, em dez anos, deixou o top 10 das empresas mais reputadas.

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A ausência da Tim Hortes, no top 10 das marcas canadianas de melhor fama de 2018, é das maiores surpresas do relatório de reputação corporativa realizado pela Leger, uma empresa do Canadá que analisa as tendências de ‘marketing’, e divulgado na semana passada.

O destaque deve-se não apenas por ser a primeira vez, em mais de uma década, que o café de origem canadiana não faz parte do grupo das 10 maiores empresas ou marcas em termos de reputação entre os consumidores, mas, sobretudo, pela estrondosa queda, passando da 4.ª para a 50.ª posição.

Os resultados surgem na medida em que Tim Hortons enfrenta um crescente descontentamento dos seus ‘franchises’ sobre a gestão da empresa e pesado corte de custos, que, segundo eles, prejudica a marca. Mais recentemente, a empresa foi atacada pela maneira como alguns de seus franqueados, em Ontário, reduziram benefícios dos empregados em resposta à exigência de aumento de salários mínimos. Os franqueados argumentaram que a empresa, adquirida no final de 2014 pela brasileira 3G Capital, não conseguiu ajudar a lidar com os custos provocados pelos salários mais altos.

O vice-presidente executivo da Leger, Christian Bourque, ligou a “queda considerável” à publicidade negativa à volta da maior cadeia do Canadá no ramo de restaurantes. Estimou entre dois e três anos o tempo necessário para uma empresa recuperar no índice de reputação.

No entanto, as vendas globais da Tim Hortons continuam a crescer. Uma realidade que a Leger atribui à abertura de novos restaurantes, visto que “as vendas nos restaurantes mais antigos caíram 0,1% em 2017 em comparação a um aumento de 2,5% no ano anterior”.

Em comunicado, a Tim Hortons garante estar comprometida em fornecer aos clientes, a quem chama de hóspedes, “a melhor experiência”. “Estamos confiantes de que temos um plano forte e uma agenda positiva para continuar a evoluir e atender às necessidades dos nossos clientes nos próximos anos”.

Porém, é a segunda pesquisa, em menos de um mês, a mostrar que a marca Tim Hortons está a perder algum mercado. Uma outra pesquisa anual que mediu as ‘marcas mais influentes’ no Canadá mostrou que a Tim Hortons também deixou o top 10, pela primeira vez em seis anos, passando da 9.ª para a 16.ª posição.

Jeff Dover, director da área de consultoria de alimentação, acrescenta entre as razões da má reputação uma suposta má relação com a imprensa local. Tim Hortons acredita também que está a sentir o calor do rival McDonald’s, que aposta nas ofertas de café. “Mas há muito mais pessoas que preferem o café na Tim Hortons”, acrescenta Dover, apontando para as longas filas na manhã pelos apreciadores dos cafés da marca. “É uma marca muito forte ainda.”

A pesquisa Leger, realizada entre meados de Dezembro e 21 de Janeiro, entre mais de 13 mil consumidores, constatou que 73% dos entrevistados tinham opinião positiva sobre Tim Hortons e 20% tinham opinião negativa - para uma pontuação geral de 53%. No ano passado, descobriu-se que 87% dos entrevistados tinha uma opinião positiva sobre Tim Hortons e 9% tinha uma opinião negativa para uma pontuação geral de 78%.

Tim Hortons tem o nome do seu fundador, uma lenda do hóquei canadiano que inaugurou o primeiro restaurante em 1964 e, em 1967, rubricou uma parceria com o Ron Joyce, que tinha sido o primeiro franchisado da empresa. Em 2002, superou a McDonald’s no Canadá, até então o maior operador alimentar. Em 2005, ficou com 22,6% dos rendimentos da indústria do ‘fast food’ no país. Em finais de 2014, foi adquirida pela empresa brasileira de private equity 3G Capital.

O ‘ranking’ de melhor reputação é liderado pela Google, que conserva a posição do ano passado, assim como Shoppers Drug Mart e a Canadian Tire que ocupam a segunda e a terceira posições, respectivamente. A Sony, por sua vez, ocupa a posição deixada pela Tim Hortons, ou seja, o quarto lugar.

REIVINDICAÇÃO. PGR convocou os funcionários para actualizar os passos dados para atender às exigências. Promete que, ainda este ano, vai resolver a promoção dos técnicos, que é a outra reivindicação dos funcionários.

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai uniformizar a carreira dos técnicos, informou Gilberto Mizalaque, director do gabinete do Procurador-Geral da República, no final de um econtro com os funcionários, realizado na passada sexta-feira.

“É um instrumento legal novo, ainda nem sequer foi publicado em Diário da República, mas conhecemos os termos em que o documento terá sido aprovado pelo Conselho de Ministros, daí que a direcção da PGR tenha convidado todos os funcionários colocados em Luanda, para esclarecer as ‘nuances’, as opções legislativas deste pacote legislativo”, disse o também porta-voz do encontro.

Gilberto Mizalaque explicou que existiam dois níveis de servidores - os técnicos de justiça da PGR e os funcionários da carreira geral da função pública - com diferenciação salarial. “Uns tinham salários superiores que os outros e, nalguns casos, faziam basicamente o mesmo trabalho. Causou uma instabilidade, algum descontentamento e por aí começou o acirrar de ânimos e alguma tendência reivindicativa”, salientou.

Com a aprovação, explicou, termina a diferença e “os efeitos práticos serão imediatos, na medida em que, tão logo seja publicado em Diário da República, vamos criar uma equipa de implementação desse pacote legislativo”, indicou.

No entanto, uma outra questão fica por resolver, face ao pacote de reivindicações dos trabalhadores. Trata-se das promoções. “Em relação a este aspecto, há um plano de promoção gradual, porque não é possível promover todos os funcionários que, ao longo dos tempos, não beneficiaram dessa promoção num único acto. Vamos criar um mecanismo de promoção gradual”, garantiu, estimando que 30% dos funcionários podem ser promovidos ainda este ano e outros 30% no próximo ano e assim por diante, “até que consigamos esbater todas as questões de promoção a nível da PGR”, reforçou.

No início deste ano, os funcionários da PGR realizaram mais uma greve, que durou duas semanas, para reivindicar a não aprovação desses diplomas que vão agora conduzir à reconversão de carreiras, bem como de remunerações e promoções.

O juiz federal, Sérgio Moro, emitiu nesta quinta-feira (5) ordem de prisão contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

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O magistrado, símbolo da Operação ‘Lava Jato’, destacou em sua decisão que concede a Lula da Silva, "em atenção à dignidade do cargo que ocupou, a oportunidade de apresentar-se voluntariamente à Polícia Federal em Curitiba na próxima sexta-feira, quando deverá ser cumprido o mandado de prisão". Ele também vedou "a utilização de algemas em qualquer hipótese".

A decisão ocorre menos de 24 horas depois de o Supremo Tribunal Federal indeferir um habeas corpus preventivo apresentado pela defesa de Lula da Silva para que pudesse recorrer da sentença em liberdade nos tribunais superiores.

A defesa do ex-presidente não se manifestou de imediato sobre a ordem de prisão. O advogado Cristiano Zanin Martins havia declarado mais cedo a jornalistas que não trabalhava ”com a hipótese da prisão" imediata.

O ex-líder sindical de 72 anos, favorito nas pesquisas às eleições presidenciais de Outubro, foi condenado por receber um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, da empreiteira OAS, investigada na Operação ‘Lava Jato’.

PETRÓLEO. Sonangol não revela os ganhos com a contratação da Glencore Energy UK Limited e da Totsa Total Trading para subistiturem a Vitol e a Trafigura no fornecimento de produtos refinados.

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A Sonangol esconde as vantagens da contratação de duas novas empresas para a importação e fornecimento de combustíveis em substituição da Trafigura e da Vitol, contrariando a expectativa de que terminaria com o monopólio na importação de produtos refinados.

O anúncio dos novos contratos foi feito a 15 de Março e, desde então, o VALOR tentou saber junto da petrolífera a essência dos contratos assinados, bem como as vantagens reais da troca de operadores, mas a Sonangol manteve-se em silêncio, pelo menos, até ao fecho da edição.

A postura da petrolífera defere da imagem de aposta na transparência e troca de informação transmitida nos últimos tempos, sobretudo durante a conferência de imprensa que marcou os primeiros cem dias do novo conselho de administração.

Falta saber se o novo contrato reduz consideravelmente o valor da factura mensal com a importação dos derivados que se estima entre os 130 e os 150 milhões de dólares. Com base num comunicado da Sonangol, o contrato, por tempo determinado (um ano), é a principal vantagem. É uma condicionante para os prestadores esmerarem-se no sentido de verem os contratos renovados.

A Sonangol justificou que “o tipo de procedimento de contratação adoptado derivou da urgência em garantir-se um fornecimento atempado a partir do segundo trimestre de 2018, sem constrangimentos para o mercado interno”, lê-se no comunicado que anunciava a contratação das novas empresas.

O contrato visa a aquisição de 1,2 milhões de toneladas de gasolina, 2,1 milhões de toneladas de gasóleo e 480 mil toneladas de gasóleo de marinha. Angola é o segundo maior produtor da África subsaariana, com cerca de 1,7 milhões de barris de crude por dia, mas a reduzida capacidade de refinação continua a obrigar o país a importar gasóleo e gasolina. Estima-se em cerca de 70% a quantidade de combustível proveniente da importação. As refinarias de Luanda e de Cabinda Gulf Oil Company (CABGOC) contribuem apenas com cerca de 30% que chega à Sonangol.

Seleccionados 14 projectos de refinarias

Por outro lado, a Sonangol anunciou, na semana passada, a selecção das 14 melhores propostas, num total de 28, para a construção das refinarias no Lobito e Cabinda. Os projectos foram submetidos ao Governo para apreciação, recomendação e decisão. Segundo o comunicado, foram seleccionadas sete propostas para cada um dos projectos e está em curso a preparação da fase seguinte do processo onde serão desenvolvidas as actividades de clarificação, ‘due diligence’, discussões e negociações, no período entre Abril e Agosto.

O processo começou no último trimestre de 2017, com um anúncio a convidar empresas interessadas a apresentarem propostas até 31 de Janeiro. Chegaram mais de 60.

Com o objectivo de reduzir o número e tornar viáveis as análises, em Fevereiro, foram apresentadas as primeiras exigências às empresas candidatas: três anos de fecho de contas devidamente auditados, experiência comprovada no ramo de refinação (construção e gestão) e relação com bancos de primeira linha. Foram seleccionadas 28 propostas.