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Valor Económico

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Namibe acolhe hoje, 31, o 1.º Fórum sobre Oportunidades de Investimentos face aos Desafios da Diversificação da Economia.

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O certame, que decorre na Academia de Pesca e Ciências do Mar do Namibe, conta com a participação de empresários e investidores nacionais e estrangeiros, governadores provinciais e académicos.

De acordo com o governador provincial, que presidiu à abertura do fórum, Carlos Rocha, pretende-se com esta iniciativa atrair potenciais investidores à província, com vista a explorar as potencialidades de que o Namibe dispõe, como os recursos pesqueiros, agro-pecuários, geológicos, entre outros.

‘Namibe e os caminhos para o desenvolvimento’, ‘Legislação e o incentivo sobre matérias de investimento’ e ‘Universidades e os desafios da região’ são alguns dos temas que serão discutidos no evento.

O 1.º Fórum de Oportunidades sobre Investimentos no Namibe face aos Desafios da Diversificação da Economia, que vai analisar igualmente ‘O papel dos portos comercial e mineiro para a região’, ‘Desafios actuais do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM) fruto da modernização’ e ‘O estado actual do empresariado local’, é uma organização do governo provincial do Namibe em parceria com o VALOR Económico.

Banco, de origem suíça, afirma que "não tem registo da alegada fraude, que envolveu documentação falsa e que já forneceu toda a informação necessária às autoridades competentes.

Suisse

O Banco Credit Suisse afirmou, na terça-feira, 27, não ter tido qualquer envolvimento no processo que em Angola foi apelidado de ‘caso dos 500 milhões de dólares’, no qual o antigo presidente do conselho de administração do Fundo Soberano de Angola (FSDA) é um dos arguidos, estando, nessa condição, impedido de sair do país.

Em comunicado, citado pelo jornal Negócios, o banco, de origem suíça, afirma que "não tem registo da alegada fraude, que envolveu documentação falsa, e não recebeu quaisquer fundos relacionados com a mesma”. O Credit Suisse adianta, ainda, que “forneceu toda a informação disponível às autoridades competentes".

O posicionamento do banco surge na sequência das investigações que estão ser levadas a cabo pela Procuradoria Geral da República (PGR) de Angola sobre uma alegada transferência irregular de 500 milhões de dólares para um banco britânico, que já levou também à constituição como arguido de Valter Filipe, ex-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), no passado dia 15 de Março.

O antigo líder do BNA é suspeito dos crimes de peculato e branqueamento de capitais.

José Filomeno dos Santos diz, em comunicado, ter se deslocado hoje (27 de Março) à PGR onde “assinou o termo de identidade e residência e procedeu a entrega dos passaportes”.

Zenu dos Santos

O antigo presidente de conselho de administração do Fundo Soberano de Angola (FSDA), José Filomeno dos Santos afirma que está disponível para cooperar com a Procuradoria Geral da República (PGR), no caso sobre a alegada transferência irregular de 500 milhões de dólares para o exterior do país.

Em comunicado, dirigido esta terça-feira, 27, aos órgãos de comunicação social, José Filomeno dos Santos destaca que “mantém total disponibilidade para continuar a cooperar com a Procuradoria Geral da República para a resolução plena e satisfatória desse processo”, o que, como refere, tem vindo a suceder desde o passado dia 27 de Fevereiro.

José Filomeno dos Santos sublinha que desde a data atrás descrita até ao passado dia 05 de Março mostrou-se sempre disponível para colaborar no caso, por iniciativa própria, sendo que foi somente constituído arguido no passado dia 06 de Março.

Mesmo já na condição de arguido e após interrogatório, o antigo PCA do FSDA afirma nunca lhe ter sido aplicado ou tão-pouco notificado, desde então, nenhuma medida de coação, conforme anunciado ontem pela PGR, em conferência de imprensa.

Na sequência destas declarações, Zenu dos Santos – como também é conhecido – diz ainda, no comunicado que vimos referindo, que deslocou-se hoje (27 de Março) à PGR onde “assinou o termo de identidade e residência e procedeu a entrega dos passaportes”.

EXPLORAÇÃO FLORESTAL. Autoridades acreditam que o cenário da última época florestal, do abate indiscriminado de madeira, não se vai repetir este ano. E garantem que as regras vão ser mais apertadas.

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Na última época florestal, suspensa pelo Governo angolano a 31 de Janeiro de 2017, foram constantes os relatos de dezenas de camiões a circularem diariamente na província, carregados com toros de madeira para a exportação, sem qualquer transformação local.

O vice-governador do Moxico, Carlos Alberto Masseca, admitiu a preocupação com o cenário vivido no último ano e garantiu que a definição de “melhor modelo” de exploração de madeira está a ser preparado, com o Governo central, para a próxima época, que deverá arrancar em Maio.

“Em relação à madeira, reza a história que sempre foi um elemento importantíssimo na economia do Moxico. Não há uma oposição à exploração da madeira. A grande questão é o modelo que temos de aplicar”, sublinhou.

A prioridade, diz Carlos Alberto Masseca, passa por apostar nas indústrias de transformação que já existem na província e captar outros investimentos, para garantir que a madeira seja tratada localmente.

“No nosso entendimento, o melhor modelo passa pela transformação da madeira cá na província. Nós temos de, a partir da madeira, criar indústrias, criar empregos, por esta via, e gostaríamos, pelo potencial que temos, que o Moxico, nos próximos tempos, fosse a capital do móvel em Angola”, apontou o vice-governador.

Apesar da intenção, de apertar as regras da exploração florestal, já anunciada pelo Governo, o bispo da diocese do Moxico, Tirso Blanco, que, nos últimos meses, denunciou publicamente o “abate indiscriminado e selvagem” da floresta da província, confessa preocupação com o que aconteceu e a necessidade de “todos estarem muito atentos”.

“Quem conhece o Moxico sabe que o nosso chão é areia, basicamente. Tirando a madeira e a floresta que cá está, isto virará um deserto”, critica, falando numa “desflorestação selvagem” no último ano, algo sem precedentes.

“Nunca, mesmo na história passada, houve uma desflorestação desta forma”, criticou, garantindo ter chegado a contar 200 camiões por dia, carregados com madeira retirada das florestas do Moxico, circulando por uma rede rodoviária que, naquela província, já é débil, com apenas 5% de estradas asfaltadas.

“A população não beneficiou em nada e até o pouco que tínhamos, de estradas que comunicavam com o resto do país, ficou destruído pelo peso e frequência destes camiões. Pontes e caminhos”, exemplifica o bispo.

Com nove municípios, o Moxico tem uma superfície superior a 223 mil quilómetros quadrados, mais do dobro da área de Portugal, mas enfrenta, desde logo, a falta de vigilantes para os vários polígonos florestais.

“O número de empresas vai reduzir porque há muitas que não têm capacidade efectiva e passam para estrangeiros, a exploração dos nossos recursos. Mas, a partir deste ano, o quadro vai mudar”, começou por apontar, em declarações à Lusa, o director provincial de Agricultura do Moxico, Tomás Manuel Inácio.

“Actualmente, já funcionam cinco indústrias locais de tratamento primário da madeira em toros e mais duas de carteiras e cadeiras. Aposta que será reforçada este ano, garante o responsável, acrescentando que “vai dar empregos e permitir que a província se desenvolva mais e tenha mais recursos”.

Garante que já há contactos com investidores privados, para a instalação no Moxico, garantido o tratamento local da madeira, daí a confiança que o cenário do último ano, de abate indiscriminado de madeira e sem retorno para a província, não se volte a repetir.

DESENVOLVIMENTO. Segundo homem mais rico do mundo participou da reunião ampliada do Conselho Económico Nacional da Nigéria, país que acolhe a maior sede da Fundação Bill/Melinda Gates em África.

Bill Gates critica pouco investimento no homem

O multimilionário Bill Gates defendeu a necessidade de o governo nigeriano “colocar o homem no centro das suas decisões para melhor tirar proveito do potencial económico do país”. “A escolha mais importante que pode fazer é maximizar o seu maior recurso, o povo nigeriano. A Nigéria vai prosperar quando todo o nigeriano for capaz de prosperar. Se investir em saúde, educação e oportunidades – o ‘capital humano’ de que falamos hoje – então eles estabelecerão as bases para a prosperidade sustentada. Senão o fizer, é muito importante reconhecer que será um limite agudo para o quanto o país pode crescer”.

Bill Gates participou numa reunião ampliada do Conselho Económico Nacional (NEC) que se realizou com o tema ‘Investimento de capital humano no apoio à agenda de crescimento económico e em prol dos pobres’.

O segundo homem mais rico do mundo disse que o Plano de Recuperação e Crescimento Económico (ERGP) da Nigéria é um documento que “identifica investimento nas pessoas, mas não se reflecte na sua implementação”.

“Para ancorar a economia a longo prazo, os investimentos em infra-estruturas e competitividade devem andar de mãos dadas com investimentos em pessoas. Pessoas sem estradas, portos e fábricas não podem desenvolver-se. E estradas, portos e fábricas sem trabalhadores qualificados para construir e gerir não podem sustentar uma economia”.

Para sustentar a tese da necessidade de o governo nigeriano apostar mais no desenvolvimento humano, lembrou que é o quarto pior país em mortalidade materna do mundo.

Bill Gates contou com o apoio do homem mais rico da Nigéria. Na ocasião, Aligo Dangote apelou os governantes a serem “verdadeiros líderes” o que, no seu entender, passa por “investir no homem”.

“Meus amigos no governo devem liderar. Quando fizerem isso, ter-se-ão comprometido com nigerianos como eu. Na Nigéria, temos conseguido crescer através da extracção de recursos naturais e agora estamos a construir sobre isso através de nossa infra-estrutura física. Mas devemos também lembrar que são os nossos jovens que impulsionarão o nosso sucesso futuro”, defendeu.

O vice-presidente nigeriano, Yemi Osinbajo, que presidiu ao encontro, reconheceu a necessidade de mais investimento no homem, sublinhando que o governo aceita os desafios lançados pelos dois empresários. “Não temos outra escolha, porque o problema, literalmente, cresce diariamente”, acrescentando que o país só pode alcançar as metas do Plano de Recuperação e Crescimento Económico com investimento nos recursos humanos.

O maior escritório de África da Fundação Gates está na Nigéria onde já terá investido cerca de 1,6 mil milhões de dólares. “A nossa fundação investiu mais de mil milhões de dólares na Nigéria, principalmente em saúde, e estamos muito comprometidos com o desenvolvimento global. Queremos discutir o financiamento de vacinas e como podemos ser eficazes como parceiros para que os recursos de saúde cresçam com o tempo”, adiantou Bill Gates, num encontro que manteve com a ministra das Finanças da Nigéria, Kemi Adeosun.

Na Nigéria, o homem da Microsoft também se reuniu com o presidente Muhammadu Buhari. O ERGP é um documento de médio prazo lançado pelo governo de Muhammadu Buhari, em 2017, para restaurar o ‘status’ económico do país após ser atingido pela pior recessão em 29 anos.