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Valor Económico

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Os governos da Huila e do Namibe vão analisar, nos próximos dias, a possibilidade de proibir o transporte terrestre de combustível e rochas entre as duas.

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Durante o 1.º Fórum Sobre Oportunidade de Investimentos, o governador do Namibe, Carlos da Rocha Cruz, explicou que um grupo técnico criado pelos dois governos esteve a trabalhar, até hoje, 31, nas possíveis soluções para acabar com a problemática da destruição da estrada e acidentes resultante do transporte de combustível e de pedras. "Vamos estudar as recomendações deste grupo e, depois, poderemos dar uma moratória para que se termine.

Uma das soluções poderá será a da construção de um porto seco na Huíla para que, de lá, o combustível seja transportado por comboio", argumentou. Acrescentou que a medida não representará o fim do negócio dos transportes rodoviários, pois "podem transportar as pedras das minas e combustível das estações para ao porto seco".

Carlos Rocha Cruz respondia à preocupação de um empresário que quis saber sobre quando o Caminhos-de-Ferro de Moçâmedes (CMF) será efectivamente a solução para o transporte" das referidas cargas.

Na ocasião o PCA do CFM, Daniel Quipaxe, explicou que o comboio que transporta 900 metros cúbicos de combustível representa cerca 25 camiões de combustível deixaram de circular na estrada 240.

Namibe acolhe hoje, 31, o 1.º Fórum sobre Oportunidades de Investimentos face aos Desafios da Diversificação da Economia.

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O certame, que decorre na Academia de Pesca e Ciências do Mar do Namibe, conta com a participação de empresários e investidores nacionais e estrangeiros, governadores provinciais e académicos.

De acordo com o governador provincial, que presidiu à abertura do fórum, Carlos Rocha, pretende-se com esta iniciativa atrair potenciais investidores à província, com vista a explorar as potencialidades de que o Namibe dispõe, como os recursos pesqueiros, agro-pecuários, geológicos, entre outros.

‘Namibe e os caminhos para o desenvolvimento’, ‘Legislação e o incentivo sobre matérias de investimento’ e ‘Universidades e os desafios da região’ são alguns dos temas que serão discutidos no evento.

O 1.º Fórum de Oportunidades sobre Investimentos no Namibe face aos Desafios da Diversificação da Economia, que vai analisar igualmente ‘O papel dos portos comercial e mineiro para a região’, ‘Desafios actuais do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM) fruto da modernização’ e ‘O estado actual do empresariado local’, é uma organização do governo provincial do Namibe em parceria com o VALOR Económico.

Banco, de origem suíça, afirma que "não tem registo da alegada fraude, que envolveu documentação falsa e que já forneceu toda a informação necessária às autoridades competentes.

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O Banco Credit Suisse afirmou, na terça-feira, 27, não ter tido qualquer envolvimento no processo que em Angola foi apelidado de ‘caso dos 500 milhões de dólares’, no qual o antigo presidente do conselho de administração do Fundo Soberano de Angola (FSDA) é um dos arguidos, estando, nessa condição, impedido de sair do país.

Em comunicado, citado pelo jornal Negócios, o banco, de origem suíça, afirma que "não tem registo da alegada fraude, que envolveu documentação falsa, e não recebeu quaisquer fundos relacionados com a mesma”. O Credit Suisse adianta, ainda, que “forneceu toda a informação disponível às autoridades competentes".

O posicionamento do banco surge na sequência das investigações que estão ser levadas a cabo pela Procuradoria Geral da República (PGR) de Angola sobre uma alegada transferência irregular de 500 milhões de dólares para um banco britânico, que já levou também à constituição como arguido de Valter Filipe, ex-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), no passado dia 15 de Março.

O antigo líder do BNA é suspeito dos crimes de peculato e branqueamento de capitais.

José Filomeno dos Santos diz, em comunicado, ter se deslocado hoje (27 de Março) à PGR onde “assinou o termo de identidade e residência e procedeu a entrega dos passaportes”.

Zenu dos Santos

O antigo presidente de conselho de administração do Fundo Soberano de Angola (FSDA), José Filomeno dos Santos afirma que está disponível para cooperar com a Procuradoria Geral da República (PGR), no caso sobre a alegada transferência irregular de 500 milhões de dólares para o exterior do país.

Em comunicado, dirigido esta terça-feira, 27, aos órgãos de comunicação social, José Filomeno dos Santos destaca que “mantém total disponibilidade para continuar a cooperar com a Procuradoria Geral da República para a resolução plena e satisfatória desse processo”, o que, como refere, tem vindo a suceder desde o passado dia 27 de Fevereiro.

José Filomeno dos Santos sublinha que desde a data atrás descrita até ao passado dia 05 de Março mostrou-se sempre disponível para colaborar no caso, por iniciativa própria, sendo que foi somente constituído arguido no passado dia 06 de Março.

Mesmo já na condição de arguido e após interrogatório, o antigo PCA do FSDA afirma nunca lhe ter sido aplicado ou tão-pouco notificado, desde então, nenhuma medida de coação, conforme anunciado ontem pela PGR, em conferência de imprensa.

Na sequência destas declarações, Zenu dos Santos – como também é conhecido – diz ainda, no comunicado que vimos referindo, que deslocou-se hoje (27 de Março) à PGR onde “assinou o termo de identidade e residência e procedeu a entrega dos passaportes”.

EXPLORAÇÃO FLORESTAL. Autoridades acreditam que o cenário da última época florestal, do abate indiscriminado de madeira, não se vai repetir este ano. E garantem que as regras vão ser mais apertadas.

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Na última época florestal, suspensa pelo Governo angolano a 31 de Janeiro de 2017, foram constantes os relatos de dezenas de camiões a circularem diariamente na província, carregados com toros de madeira para a exportação, sem qualquer transformação local.

O vice-governador do Moxico, Carlos Alberto Masseca, admitiu a preocupação com o cenário vivido no último ano e garantiu que a definição de “melhor modelo” de exploração de madeira está a ser preparado, com o Governo central, para a próxima época, que deverá arrancar em Maio.

“Em relação à madeira, reza a história que sempre foi um elemento importantíssimo na economia do Moxico. Não há uma oposição à exploração da madeira. A grande questão é o modelo que temos de aplicar”, sublinhou.

A prioridade, diz Carlos Alberto Masseca, passa por apostar nas indústrias de transformação que já existem na província e captar outros investimentos, para garantir que a madeira seja tratada localmente.

“No nosso entendimento, o melhor modelo passa pela transformação da madeira cá na província. Nós temos de, a partir da madeira, criar indústrias, criar empregos, por esta via, e gostaríamos, pelo potencial que temos, que o Moxico, nos próximos tempos, fosse a capital do móvel em Angola”, apontou o vice-governador.

Apesar da intenção, de apertar as regras da exploração florestal, já anunciada pelo Governo, o bispo da diocese do Moxico, Tirso Blanco, que, nos últimos meses, denunciou publicamente o “abate indiscriminado e selvagem” da floresta da província, confessa preocupação com o que aconteceu e a necessidade de “todos estarem muito atentos”.

“Quem conhece o Moxico sabe que o nosso chão é areia, basicamente. Tirando a madeira e a floresta que cá está, isto virará um deserto”, critica, falando numa “desflorestação selvagem” no último ano, algo sem precedentes.

“Nunca, mesmo na história passada, houve uma desflorestação desta forma”, criticou, garantindo ter chegado a contar 200 camiões por dia, carregados com madeira retirada das florestas do Moxico, circulando por uma rede rodoviária que, naquela província, já é débil, com apenas 5% de estradas asfaltadas.

“A população não beneficiou em nada e até o pouco que tínhamos, de estradas que comunicavam com o resto do país, ficou destruído pelo peso e frequência destes camiões. Pontes e caminhos”, exemplifica o bispo.

Com nove municípios, o Moxico tem uma superfície superior a 223 mil quilómetros quadrados, mais do dobro da área de Portugal, mas enfrenta, desde logo, a falta de vigilantes para os vários polígonos florestais.

“O número de empresas vai reduzir porque há muitas que não têm capacidade efectiva e passam para estrangeiros, a exploração dos nossos recursos. Mas, a partir deste ano, o quadro vai mudar”, começou por apontar, em declarações à Lusa, o director provincial de Agricultura do Moxico, Tomás Manuel Inácio.

“Actualmente, já funcionam cinco indústrias locais de tratamento primário da madeira em toros e mais duas de carteiras e cadeiras. Aposta que será reforçada este ano, garante o responsável, acrescentando que “vai dar empregos e permitir que a província se desenvolva mais e tenha mais recursos”.

Garante que já há contactos com investidores privados, para a instalação no Moxico, garantido o tratamento local da madeira, daí a confiança que o cenário do último ano, de abate indiscriminado de madeira e sem retorno para a província, não se volte a repetir.