Valor Económico

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INVESTIMENTO. Pouca atenção que as PME recebem dos bancos e incapacidade das instituições de microfinanças atenderem o mercado deixam margens para os investidores particulares, que podem apoiar projectos.

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Apesar de desconhecem ao detalhe a figura do ‘business angel’, grande parte dos vendedores do mercado informal admite que seria uma figura determinante para o crescimento, desenvolvimento e, consequentemente, formalização dos respectivos negócios.

Nos mercados mais desenvolvidos, é amplamente conhecida e faz parte das várias alternativas ao financiamento bancário para as micro, pequenas e médias empresas.

Os ‘business angels’ são investidores individuais que reforçam, directamente ou através de sociedades, no capital de empresas com potencial de crescimento e valorização. Além do investimento monetário, apoiam também com projectos, conhecimentos técnicos ou de gestão, bem como redes de contactos.

O alegado ‘desprezo’ dos bancos por este nicho do mercado e a dificuldade das agências de microcrédito de se assumirem como verdadeira alternativa abrem margem para acreditar que os ‘business angel’ teriam sucesso, considerando a elevada taxa de criação de mortalidade. Sobretudo por a dificuldade de acesso ao financiamento é das principais causas de falências prematuras.

O vasto espaço do mercado informal é outra certeza de que não faltariam oportunidades aos ‘businesses angels’, por causa da disponibilidade dos vários negociantes informais em fazer parceria com uma entidade que lhes garantisse o financiamento e ajuda na organização em troca da divisão dos lucros.

Mecânicos, produtores musicais e audiovisuais, assim como comerciantes e motoristas são alguns dos que falaram ao VALOR, bem como proprietários de espaços com potencialidades para serem transformados em restaurantes de referência, mas que fazem parte dos inúmeros quintais de venda de almoço na informalidade.

Também professores, artistas, criadores e inventores poderiam beneficiar da figura do ‘business angel’, como defende o docente Padoca Calado. “É muito difícil para a maior parte das pessoas investir a título privado numa empresa. Por outro lado, conseguir um empréstimo bancário para lançar um negócio inovador pode ser ainda mais complicado, de tal forma que somos levados a pensar que os bancos só emprestam dinheiro a quem já tenha. As formas mais habituais de financiamento de ‘startups’, como o ‘crowdfunding’ e os ‘business angels’ praticamente não são utilizadas em Angola, talvez por desconhecimento ou porque ainda não acreditamos suficientemente nos nossos projectos.”

“Tenho acompanhado de muito perto, quer pelas minhas funções como docente, quer pela participação em eventos nacionais e internacionais, a concepção e desenvolvimento de produtos e ideias com potencial para darem origem a projectos inovadores que trariam benefícios económicos e sociais, mas que geralmente acabam por não ter concretização”, afirma, defendendo que “as incubadoras podem ser outra solução, mas o principal constrangimento para a inexistência de incubadoras em Angola é, por um lado, o factor financeiro e, por outro, a falta de visão que eventualmente existirá”.

A figura do ‘business angel’ não é totalmente inexistente no país, mas representa uma ‘gota no oceano’, atendendo à necessidade do mercado.

A TGI é uma das investidoras na ‘startup’ de Hélder Kiala, a Soba Store. “Estamos a preparar um programa que visa encontrar ‘sturtups’ angolanas que sejam financiadas pela TGI, mas num formato ligeiramente diferente em que trabalham connosco e tenham objectivos bem claros, sobre o que esperamos delas. Se conseguirem atingir, continuam a ser investidas, senão retiramos do programa e colocamos novas”, revela Kiala

Sobre a solução das incubadoras, defende que, apesar de existirem várias, ainda não justificam o trabalho. “O meu problema é que não estamos ainda a ver os resultados das ‘startups’ que saíram destas incubadoras e produzem resultados financeiros.”

Admitindo que, “para alguns casos, actuam como ‘business angel’, noutros não”, Hélder Kiala concorda que esta figura poderia concorrer para a diminuição do informal.

Por sua vez, o presidente da TGI, Alex Thomso, concorda, acrescentando que existe muito para ser feito no mercado. A TGI tem investimentos em nove empresas, de vários sectores, mas dá uma atenção especial às tecnologias.

O Presidente da República, João Lourenço, já se encontra no Reino da Bélgica, desde ontem (3), acompanhado da primeira-dama, Ana Dias Lourenço, onde vai cumprir uma visita de Estado de dois dias.

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Em Bruxelas, onde se encontra depois de ter estado já em França, João Lourenço deverá ser recebido no Palácio de Egmount, pelo Rei Filipe.

O programa de visita prevê também encontros com empresários belgas, comunidade angolana residente no Reino da Bélgica e Luxemburgo, bem como audiências na sede da União Europeia.

Em Bruxelas estão as principais instituições da União Europeia, bem como a sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Paralelamente à agenda presidencial está previsto um encontro entre os ministros das Relações Exteriores dos dois países.

A visita do Presidente João Lourenço a este país da Europa ocidental segue-se ao encontro que teve em Novembro, em Abidjan, Côte d 'Ivoire, com o primeiro-ministro e Chefe do governo do Reino da Bélgica, Charles Michel.

Em Novembro último as duas entidades reuniram-se à margem da 5.ª Cimeira da União Africana (UA) - União Europeia (UE).

A petrolífera estatal, Sonangol, prevê investir 3.600 milhões de dólares na actividade petrolífera entre 2018 e 2020, os valores mais baixos dos últimos anos, segundo informação governamental enviada aos investidores.

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De acordo com um documento do Governo, a petrolífera investiu, em exploração e produção de crude, refinação de combustíveis e transporte e distribuição 4.305 milhões de dólares em 2015. Esses investimentos caíram para 2.919 milhões em 2016 e 1.536 milhões de dólares em 2017.

Para o mesmo tipo de actividades, acrescidas das operações "não core" do grupo petrolífero, a Sonangol prevê investir este ano 1.836 milhões de dólares e apenas 1.099 milhões de dólares em 2019 e 651 milhões de dólares em 2020.

De acordo com o Governo, o investimento a realizar pela Sonangol até 2020 será garantido através da combinação de fundos próprios com empréstimos, "incluindo nos mercados de capitais internacionais". Só em operações internacionais, o grupo Sonangol conta com participações directas e indirectas na Puma Energy (27,93%), Millennium BCP (19,5%), Galp (9%) e Carlyle Energy Funds II e III (10% em cada).

Os investimentos da Sonangol incluem participações em várias instituições bancárias, como o Banco Económico (39,4%), Banco Africano de Investimentos (8,5%), Banco de Comércio e Indústria (1,04%), Manubito (33,3%) e Caixa Angola (25%), além de deter uma quota de 25% na UNITEL, a maior operadora de telecomunicações móveis no país.

O antigo presidente de Moçambique Joaquim Chissano é o principal orador de uma conferência que acontece em Luanda no próximo dia 6 de Junho, organizada pela Cátedra Professor Carlos Maria da Silva e a Faculdade de Direito da Universidade Católica de Angola.

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Sob o tema ‘A Experiência Moçambicana de Institucionalização Gradual das Autarquias Locais’, a conferência acontece numa altura em que Angola debate o modelo a seguir na implementação do poder local e terá, ainda como oradores, o antigo ministro moçambicano da Administração do Estado, Alfredo Gamito, e o jurista angolano Virgílio de Fontes Pereira, que também já ocupou a pasta de ministro da Administração do Território nos governos de José Eduardo dos Santos.

Segundo a organização, na oportunidade será apresentada também a obra ‘A Autonomia das Autarquias Locais e a Tutela do Estado em Angola: da Autonomia Perdida nos Períodos Colonial e Revolucionário (1482-1992) à Autonomia Frustrada no Período Democrático Actual’. Com a apresentação do jurista angolano Raúl Araújo, a obra científico-académica é a mais recente do jurista Carlos Feijó.

A conferência conta com as parcerias do VALOR ECONÓMICO e do hotel Epic Sana.

O Presidente da República, João Lourenço, começa a sua primeira deslocação oficial a França com uma visita à sede da UNESCO, em Paris, onde vai encontrar-se com a directora-geral daquela organização das Nações Unidas, Audrey Azoulay.

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A visita à UNESCO assume um significado particular, por ser a primeira que um Chefe de Estado efectua à sede da organização, desde a proclamação da Independência, em 1975. João Lourenço chegou ontem (27) a França para uma visita oficial de três dias em companhia da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, tendo sido recebido pelo embaixador francês em Angola, Sylvain Itté. Na sede da UNESCO, o Presidente da República vai visitar uma exposição sobre as realizações, em Angola daquela organização das Nações Unidas.

A UNESCO aceitou os processos de candidatura da cidade do Kuíto Cuanavale (símbolo e referência para a paz na África Austral), do Corredor do Rio Kwanza e das Gravuras de Tchitundu-Hulu a património da humanidade.

 Programa de visita

A visita do Presidente a França merece espaço privilegiado na revista francesa “que estampa uma fotografia a toda a largura da capa com o título “Angola a promessa da mudança.” Por ocasião da visita, João Lourenço concedeu uma entrevista à revista francesa ‘Valeures Actuelles’, publicada em três páginas, em que o Chefe de Estado fala das mudanças que ocorrem no país, do combate à corrupção, da diversificação da economia e da cooperação entre Angola e França. A entrevista é publicada na edição referente à semana de 24 a 30 de Maio. Amanhã (29), o Presidente da República desloca-se a Toulouse, a 680 quilómetros a sul de Paris, onde vai visitar as instalações da gigante europeia de aviação Airbus e manterá um encontro com a comunidade angolana, durante a qual vai transmitir uma mensagem de esperança aos angolanos que lá vivem. Os serviços consulares da Embaixada de Angola em França garantem que em Toulouse vive uma grande comunidade angolana. Estima-se que mais de 20 mil estejam dispersos em várias regiões do território francês. O número é significativo nas regiões de Paris e Lyon, segundo dados do embaixador de Angola em França, João Miranda.