Álvaro Sobrinho responde no parlamento português: “Eu não sou gangster. Não há nenhum gangsterismo”
Álvaro Sobrinho, ex-líder do Banco Espírito Santo Angola, afirmou, no parlamento português, não ser um gangster. O empresário respondeu assim às acusações de ter um "historial de gangsterismo", feitas pelo deputado do Bloco de Esquerda José Soeiro. "Considero estas suas afirmações preconceituosas, que roçam o racismo", ripostou Álvaro Sobrinho, considerando que “um gangster quer ganhar dinheiro, não quer perder dinheiro”. “Eu não sou gangster. Não há nenhum gangsterismo”, reforçou.
O ex-líder do Banco Espírito Santo Angola (BESA), empresário angolano com dupla nacionalidade, foi chamado ao parlamento português para clarificar a situação da Printer, da qual é proprietário, e que tem impedido cerca de 120 trabalhadores de entrar nas instalações da empresa desde 24 de Abril.
Na Assembleia da República portuguesa, Álvaro Sobrinho não respondeu a várias perguntas dos deputados, reservou grande parte das intervenções para criticar o parlamento português e refutar as acusações, mas deixou uma porta aberta a alegados actos ilícitos: “Supondo até que eu tivesse roubado a Angola, é um problema de Angola, não é problema seu”, respondeu ao deputado.
A administração da Printer, liderada por Álvaro Sobrinho, é acusada de ter paralisado a empresa, de impedir o acesso dos trabalhadores às instalações, de pagar de forma irregular os salários e de deixar os colaboradores sem informações sobre a situação da gráfica.
Álvaro Sobrinho responsabilizou a justiça portuguesa pela situação da empresa, que decretou o arresto das contas. “Não vejo saída senão a provável insolvência da Printer, os meus bens estão arrestados desde 2011. Compramos a Printer em 2012. Durante este período sempre tive os meus bens arrestados”, declarou.
O arresto das suas contas pela Justiça portuguesa foi provocado pelas investigações ao BESA, que faliu, deixando um ‘buraco’ financeiro de cerca seis mil milhões de dólares. O empresário está a ser investigado por actos de corrupção, desvio de dinheiro, peculato, entre outros crimes.
Sobre o pagamento fraccionado aos trabalhadores da Printer, o Álvaro Sobrinho afirmou que a Printer foi vítima de “um ataque informático” cuja gravidade deixou a empresa “sem sequer saber como poder fazer o pagamento dos salários”. "A administração foi confrontada num fim de semana numa situação de incapacidade real de fazer face aos pagamentos".
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