Bancos obrigados a vender divisas às pressas
A necessidade de os bancos comerciais se desfazerem mais rapidamente das divisas será a consequência imediata da medida do BNA de reduzir o limite da posição cambial de 5% para 2,5%, anunciada a 29 de Novembro, de acordo com vários operadores bancários consultados pelo VALOR.
A 29 de Novembro, o comité de política monetária, “no âmbito do processo de normalização do mercado cambial”, decidiu “cessar a aquisição, pelo BNA, de moeda estrangeira às companhias petrolíferas, devendo estas passar a vendê-la directamente aos bancos comerciais”. E ainda “reduzir o limite da posição cambial dos bancos comerciais de 5% para 2,5%”. Em termos práticos, os bancos só poderão reter até 2,5% dos fundos próprios em divisas, diariamente.
“A medida faz sentido porque obriga os bancos a não comprarem as divisas para guardar. Imagine que, agora, com a possibilidade de adquirir as divisas às petrolíferas, um banco compre 500 milhões. Se já tiver 100 milhões de dólares passará a ter 600 milhões. Mas, se este banco tiver uma posição cambial de 200 milhões, sentirá a necessidade de colocar no mercado a diferença no prazo determinado pelo BNA, que são 24 ou 48 horas”, explica o administrador executivo de uma instituição bancária.
Com as novas regras, o banco que não se desfizer das divisas, no período determinado, será obrigado a vender para o Banco Nacional de Angola “a um valor mais baixo”, como recorda um executivo da banca.
Apesar de admitirem que se trata de uma medida aparentemente desfavorável aos bancos em termos de negócios, vários operadores consideram que a mesma “faz sentido”, já que vai permitir maior disponibilidade de dividas para a economia. “E quando assim é, os bancos também beneficiam”, admitem.
As duas medidas entram em vigor a 2 de Janeiro de 2020 e, segundo o banco central, concorrem para “a redução da intervenção directa do Banco Nacional de Angola no mercado, o aumento do número de participantes do lado da oferta e a dinamização do mercado cambial interbancário”.
JLo do lado errado da história