Câmara dos EUA aprova destituição de Trump
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou esta madrugada o processo de destituição do presidente Donald Trump, com 230 votos a favor e 197 contra.
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O plenário deu o voto favorável após concluir que Trump cometeu abuso de poder pressionando a Ucrânia a investigar Joe Biden, o potencial adversário na eleição presidencial de 2020, segundo a imprensa internacional.
Em função dos resultados de hoje, o processo segue para o Senado, dominado pelo Partido Republicano e onde a condenação dependerá do aval de maioria qualificada de dois terços. No cenário actual, é improvável que Trump seja destituído.
O Partido Republicano conta com 53 senadores, número mais do que suficiente para evitar a deposição do presidente.
“Eles querem me tirar (não estou preocupado) e ainda estão violando a lei de muitas maneiras. Como eles podem fazer isso e ainda remover um presidente muito bem-sucedido e que não fez nada de errado? Esse pessoal é louco”, escreveu Trump no Twitter.
Na última terça-feira, em carta enviada à presidente da Câmara, Nancy Pelosi, o presidente acusou a oposição de declarar “guerra contra a democracia americana” e promover um “golpe de Estado ilegal”. Pelosi definiu a mensagem de Trump como “ridícula”.
Trump é acusado de ter pressionado o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a anunciar uma investigação contra Joe Biden, pré-candidato à Casa Branca e cujo filho, Hunter, foi conselheiro de uma empresa ucraniana de gás, a Burisma.
Para alcançar ou objectivo, o presidente teria congelado uma ajuda militar de quase 400 milhões para a Ucrânia.
Num telefonema em 25 de Julho, Trump pediu para Zelensky investigar os Biden, mas não mencionou a ajuda militar, que estava bloqueada na época.
Já a acusação de obstrução refere-se à postura do presidente de instruir membros do governo a não testemunharem no Congresso e não fornecerem documentos oficiais. A Constituição dos EUA estabelece que um presidente pode ser removido do cargo por “traição, suborno ou outros crimes e contravenções graves”.
Essa última tipologia é definida de forma vaga, mas o Congresso costuma levar em conta três tipos de conduta: uso do cargo para obter ganhos financeiros, abuso de poder ou agir de maneira incompatível com a função.
Até hoje, apenas dois presidentes foram submetidos a processos de destituição (impeachment): Andrew Johnson (1868) e Bill Clinton (1998), ambos absolvidos. Richard Nixon renunciou em 1974, evitando um afastamento iminente por causa do escândalo “Watergate”.
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