E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de uma semana que também foi de final do mês mais looooongo do ano inteiro, uma semana que continuou marcada pelos desaires nas finanças do governo do presidente cujo título de ‘Campeão da Paz’ está também a mostrar-se cada vez mais à beira de ser cunhado não só com o escalar da guerra que estava a tentar dirimir e que tem potencial de desgraçar mais a nossa economia, mas com o início de outra...
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O presidente ruandês, Paul Kagame, novamente ele, que já tinha afirmado ‘saber reconhecer um líder quando o via e saber reconhecer um idiota quando o via’ referindo-se ao presidente da República Democrática do Congo, esta semana continuou a sua fona de insultos e provocações e as farpas e ameaças foram para o presidente sul africano, Cyril Ramaphosa, sendo que sobraram ainda alguns arranhões para o Campeão da paz, que apanhou por tabela. O sul-africano foi avisado de que a intervenção sul-africana no Congo é vista por Kigali como convite à guerra, e uma guerra que Kigali não teme. O sul-africano, depois da morte de 13 soldados da missão sul africana na RDC, que se atribuíram aos rebeldes do M23, que têm o apoio do Ruanda e que depois de tomarem Goma prometem tomar a capital Kinshasa, enfrenta críticas domésticas por essa intervenção que está a matar nacionais e agora enfrenta as ameaças de Kagame. Que não são para ouvir de ânimo leve...
O Ruanda é muitas vezes apelidado de ‘Israel africano’ não só por causa do genocídio que Kagame, como Benjamim Netanyahu evocam em constância para impedir qualquer intervenção da comunidade internacional nas suas campanhas – apelando ao sentimento de culpa com o argumento de que se não intervieram para impedir o genocídio calaram-se efectivamente para sempre - mas cada vez mais porque a intervenção militar ruandesa nos países vizinhos tem um modus operandi extremamente similar à que a israelita tem na região do médio oriente, para além de treino e equipamento que se diz que Israel providencia ao Ruanda.
A relação Ruanda África-do-sul já tremeu noutras ocasiões. Há um histórico denso que teve o pico quando os sul-africanos, depois de assassinatos de ruandeses dissidentes no seu solo, convidaram a missão diplomática ruandesa a fechar portas e a sair do país segundo conta o livro de Michela Wrong sobre o assassinato do ex-chefe da inteligência ruandesa na África do Sul. Um livro interessante que ajuda a conhecer o perfil do presidente ruandês e as razões pelas quais o positivismo angolano na mediação do conflito era no mínimo ingénuo, para não dizer infantil.
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![Geralda Embaló](https://valoreconomico.co.ao/uploads/images/2020/06/817-geraldaembalo-1593076621.jpg)
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