E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende no final de uma semana em que a actualidade internacional foi marcada pelo anúncio americano da redução de 80% das tarifas anunciadas há umas semanas para a China, uma revienga a que antecipa uma sentada que vai acontecer com o gigante asiático com o propósito de chegar a um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo. E clássico estilo Trump, está a controlar a narrativa antes da reunião e vai sair a apitar que fez um excelente negócio para o país para capitalizar politicamente seja qual for o resultado da reunião... Esta foi também uma semana marcada pela comemoração do Dia da Vitória pela Rússia onde a China e o seu Xi Jinping marcou ostensiva presença enviando um sinal claro de que o bloco Rússia-China está unido com todas as ramificações dessa união a nível da geopolítica. Nas nossas redes o comentário era que “o nosso campeão das milhas não foi convidado” o que a avaliar pela forma amarfanhada como saiu do último encontro com o presidente chinês, provavelmente até foi melhor para ele.

A marcar a actualidade internacional esteve ainda o derrapar do barril de petróleo que quedou mais de 8% para aterrar na casa dos 50 dólares por barril - lá se conseguiu arrastar para os 60 no fim da semana – mas os 57 USD em que bateu são um mínimo preocupante de quatro anos. A queda acontece em reação à decisão de aumento da produção da Opec + grupo responsável por cerca de 60% da produção petrolífera mundial e que Angola abandonou, provavelmente inspirada pelos americanos da administração passada... “estava a se achar”- agora tá sozinha no mato. Os produtores que integram o grupo países como a Arábia Saudita a Rússia, Oman têm arcaboiço para gerir preços baixos do ouro negro, vão continuar bem mesmo que o preço volte a tocar nos 30 USD. Produtores como Angola não têm essa capacidade, e imagino que quem gere as finanças, a ministra (ou quem manda nela enquanto auxiliar do poder executivo), se de facto sentem alguma responsabilidade para com o país, pelo trabalho que fazem pelo país, devem estar a perder noites de sono a fio... Ou talvez não e estejam apenas a rezar que corra bem e que venham mais empréstimos - que nos custam o couro e o cabelo - para desapertar um bocadinho a corda da crise que não nos sai do pescoço nos últimos anos nem por nada, apesar de andarmos aí armados em ricos a encomendar Dreamliners. E que “seja o que Deus quiser” quando tivermos de escolher entre pagar dívida e pagar salários da função pública, escolha que nem é grande escolha já que a ministra já esclareceu que as obrigações de dívida externa saem automaticamente e que um default é o fim da linha se não houver dinheiro na conta do país para levar.
A propósito de Deus e da actualidade da semana, a igreja Católica, a religião predominante em Angola, elegeu o seu Papa depois da morte do Papa Francisco que foi um renovador da imagem da igreja pelo mundo fora, foi uma figura progressista que mudou a abordagem da igreja para se tornar mais inclusiva, mais respeitadora da diferença, menos sentenciadora, e castradora e sobretudo mais humanista, que mesmo entre os não fiéis da igreja deixou saudades. E essas saudades, o reconhecimento da igreja de que a mudança para acompanhar os novos tempos era necessária e beneficiou a igreja globalmente parece ter pesado na eleição do novo papa que é americano, o primeiro americano, relativamente jovem, da ala próxima a Francisco, mas sem ostracizar os mais austeros dentro da estrutura, dai o lema continuidade e unidade, mas mais interessante e factor chave na sua eleição é um cidadão de dupla nacionalidade americana e peruana.
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