Falta de apoio americano pode aumentar austeridade
O director da consultora EXX Africa avisa que o Governo deverá, nos próximos dias, ver-se forçado a aumentar a austeridade defendida pelo FMI, face à recusa dos empresários norte-americanos de investirem no país.
Num documento enviado a clientes de todo mundo, Robert Besseling refere que os Estados Unidos “se tornaram relutantes em envolver-se mais em Angola”, observando que os seus “investidores têm preferido manter-se longe do sector bancário e das privatizações”.
Apesar da aparente colaboração dos Estados Unidos com o Governo de João Lourenço, manifestada sobretudo por mais altos governantes daquele país, os norte-americanos “ainda nada fizeram de substancial” para mitigar os efeitos da escassez de dólares, que tem precipitado o aumento nos preços dos produtos.
Para contornar a crise, embora sem liberalizar o dólar, o Governo esperava “mais investimento norte-americano nos sectores do gás e petróleo como alternativa aos empréstimos chineses”, o que até ao momento não passou de simples promessas.
Entre outras, Robert Besseling manifesta-se céptico que Angola possa vir a registar mais receitas, sublinhando que a hipótese de isso acontecer será por via de mais ajuda “financeira multilateral ou com a venda de activos petrolíferos”. E essas soluções, associadas à falta de investimento norte-americano, poderão, na perspectiva do analista económico, dificultar ainda mais a vida dos angolanos.
“Nos próximos três anos, a Sonangol deverá vender muitos dos seus blocos nas bacias do Namibe e Congo, apesar de a produção estar a cair, mas há grande esperança de que a venda de 30% da Sonangol possa ter mais sucesso, com as petrolíferas internacionais a avançarem para activos vendidos a preço de desconto”, sublinha chamando a atenção para aumento de desconfiança internacional de que as empresas de políticos domésticos tenham “tratamento favorável” no processo de alienação.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...