PARA TRAVAR CONFLITO ENTRE HOMEM E ANIMAL

Fundo Global aposta 4,1 milhões USD para o ambiente

CONSERVAÇÃO. Com o financiamento, pretende-se reduzir problemas do comércio ilegal, de conflitos entre as comunidades e os animais nas áreas de conservação e melhorar a legislação actual.

Fundo Global aposta 4,1 milhões USD  para o ambiente
D.R

O Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) assinaram, na passada semana, em Luanda, um memorando para a implementação do projecto de protecção e mitigação do conflito homem/animal, e de combate ao comércio ilegal da fauna e flora nativas.

O projecto, que conta com o financiamento do sexto ciclo do Fundo Global para o Ambiente (GEF 6), está  avaliado em 4,1 milhões de dólares.

De acordo com o representante do PNUD, Goetz Schroth, o programa solicitado pelo extinto Ministério do Ambiente, em 2017, teve a aprovação em Junho deste ano e terá uma duração de seis anos.

Segundo Goetz Schroth, o projecto, que deverá ser de âmbito nacional, vai prestar maior atenção, numa primeira fase, às áreas de conservação ambiental de Maiombe, em Cabinda e do Loando, em Malanje.

Com a iniciativa, pretende-se, afirmou o responsável, reduzir os problemas do comércio ilegal, de conflitos entre as comunidades e animais nas áreas de conservação, bem como trabalhar na estratégia e melhoria da legislação actual e na formação de quadros.

O acordo foi assinado à margem do  workshop sobre Comité de pilotagem no âmbito do projecto de expansão e fortalecimento do sistema das áreas protegidas em Angola pela ministra da Cultura, Turismo e Ambiente, Adjany Costa, e o representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Edo Stork.

Novos fiscais em formação

A directora do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC), Albertina Nzunze, garante que novos fiscais para reforçar o corpo de protecção dos parques e áreas de conservação do país começam brevemente a ser formados.

Trata-se de  250 ex-militares, que serão distribuídos nos Parques Nacionais da Quissama, em Luanda; Bicuar, na Huíla, e Kangandala, em Malanje, no âmbito de um acordo de cooperação com o Ministério da Defesa Nacional e dos Veteranos da Pátria.

No âmbito do projecto de expansão e fortalecimento do sistema das áreas protegidas em Angola, a formação terá a duração de 45 dias, para, posteriormente, serem distribuídos de acordo as necessidades dos parques.

Albertina Nzunze classifica os fiscais como “soldados da natureza”, que ficam nos parques e áreas de conservação para controlar e combater as situações ilegais, daí o reforço que se pretende nessas áreas. Angola dispõe de oito parques nacionais e sete reservas naturais, que cobrem uma área de 82 mil quilómetros quadrados (6,6% do território nacional). São os parques nacionais da Quissama, em Luanda; Kangandala, em Malanje – onde se localiza o Santuário da Palanca Negra Gigante; Bicuar, na Huíla; Iona, no Namibe; Cameia, no Moxico; do Mupa, no Cunene; do Mavinga e Luengue-Luiana, na Cuando-Cubango.

A área protegida de Angola totaliza 188.650 quilómetros quadrados, mais de 15% do território nacional, num total de 18 áreas de protecção florestal e zonas de protecção local.