EDGAR OSEAS, ADMINISTRADOR DO GRUPO ROSSALINA EXPRESS

“O preço da comida é que está a fazer com que as famílias não consigam poupar”

17 Jul. 2024 Grande Entrevista

Administrador do grupo Rossalina Express defende que muitas empresas angolanas vão à falência por estarem focadas nos lucros elevados e rápidos. Com 20 anos de experiência nos transportes, Edgar Oseias  lamenta o comportamento do Governo de tomar decisões sem ouvir os operadores e dá exemplos. Defensor do pagamento das dívidas ao Estado, propõe que os gastos do Governo também sejam fiscalizados e que a população não seja a única a fazer sacrifícios. 

“O preço da comida é que está a fazer com que as famílias não consigam poupar”

Qual é o posicionamento do vosso grupo no mercado?

Estamos na área dos transportes, temos vários segmentos que acontecem naquilo que é o nosso ‘core business’. Operamos também no ramo dos petróleos, temos bombas de combustíveis, estamos na hotelaria e na restauração. Nos transportes, actuamos nos segmentos baixo e alto. Ou seja, realizamos serviços protocolares de nível alto, apoios a caravanas presidenciais. E no turismo de alto padrão, apoiamos os cruzeiros que vêm para cá. Apoiamos um dos comboios mais luxuosos de África, que faz a ligação entre a Tanzânia e o Lobito, enquanto este comboio entra a partir do Cuito. Nós, por terra, fazemos o apoio paralelo. Vamos ao Huambo, a fazer o apoio. Internamente, realizamos os ‘shuttles’, porque os turistas que vêm de comboio já não regressam de comboio. Vêm de avião e regressam de comboio. O mesmo acontece com os cruzeiros. Os turistas que vêm com o cruzeiro, alguns vão de avião e outros de cruzeiro. Toda esta solução é feita através da Rosalina Express. Isto no turismo de alto padrão, mas também a nível da base, apoiamos igrejas, escuteiros, estudantes, grupos familiares, agências de turismo. Temos uma resposta multidimensional naquilo que é solução de transportes a nível da mobilidade dirigida. E temos a mobilidade colectiva, em que dispomos essencialmente de três serviços: Rádio Táxi, que é um conceito de ‘shuttle’, o Voltas, que é um serviço de transporte colectivo urbano à semelhança da TCUL, da Macon e de outras. Temos um contrato com o Governo Provincial de Luanda, que determina as rotas sobre as quais operamos.


Entre esses sectores, qual é o mais rentável?  

O que mais rende é a hotelaria. A hotelaria tem menos custos, fizemos investimentos, não em grandes hotéis, são estruturas médias. Estas estruturas médias não geram muitos custos. Não estamos a falar daqueles hotéis com uma série de quartos que, quando estão vazios, tem de arrancar com o gerador, ainda que tenham dois hóspedes. 


A hotelaria também está com grandes desafios depois da pandemia. Como é que encara a crise? 

Depende do segmento. Ultimamente, da nossa parte, é fundamental não associar muito a qualidade com elevados preços. O nosso empresário, quando aumenta alguma coisa boa, vai elevar o preço. Nós estamos a conseguir um certo nível de conforto sem necessariamente mexer com os preços. 

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