ZUNGUEIRA
Em entrevista à CNN Internacional

PR reconhece que combate a corrupção tem sido “mais difícil do que imaginava” e garante que há poucos países africanos com “tanta” liberdade de expressão e imprensa como Angola

O Presidente da República reconheceu que o combate à corrupção levado a cabo pelo seu Governo tem sido “mais difícil do que imaginava” e que tem sido “uma luta”, com resistência, daqueles que “perderam os privilégios".  
 

PR reconhece que combate a corrupção tem sido “mais difícil do que imaginava” e garante que há poucos países africanos com “tanta” liberdade de expressão e imprensa como Angola

Em entrevista à CNN Internacional, João Lourenço revelou ainda que o prazo que o Governo implementou de seis meses, de Junho a Dezembro de 2018, para a entrega voluntária de capitais para combater a corrupção, “salvo raras excepções, praticamente ninguém o fez”. “Embora tenha dito em Lisboa, logo no início do meu primeiro mandato, que, na luta contra a corrupção, eu estava à espera de ser picado pelos “marimbondos”. Essa expressão ficou registada, significava dizer que haveria reacções. Ninguém queria perder aqueles privilégios - entre aspas-, que tinham de mão-beijada. Portanto, ia ser uma luta, e está a ser uma luta”,disse. 
Na curta entrevista que concedeu ao Jornalista Richard Quest , o Presidente da República falou ainda da liberdade de expressão e de imprensa, e sublinhou que não se sabe se há muitos países “com tanta liberdade de expressão e liberdade de imprensa como em Angola”. “Para quem conhece a realidade angolana, com certeza concorda com o que acabo de dizer. Hoje, para além da imprensa oficial, existe um elevado número de rádios comunitárias, jornais, para além da existência e liberdade das plataformas digitais. Mesmo em períodos de eleição, nunca o Governo angolano cortou a internet ou algo parecido, como às vezes é feito em certos países”. 
 
As declarações do Presidente da República contrariam, no entanto, organizações de direitos humanos, activistas e jornalistas, que assinalam que com João Lourenço,  no poder,  houve um recuo na liberdade de expressão e de imprensa.  
 
O chefe de Estado voltou a garantir que não há intenção de concorrer ao terceiro mandato, como já o tinha feito anteriormente, já que a constituição não o permite, e que nunca houve intenção do partido que lidera, o MPLA, em mudar a constituição. Os temas abordados passaram ainda pela celebração dos 50 anos de Independência às perspectivas para o pleito eleitoral de 2027, passando pela luta contra a corrupção e diversificação da economia.