RESUMO DO DESGOVERNO EM 30 DIAS

A faltarem ainda dois anos e meio para completar o segundo mandato, o relatório da governação de João Lourenço está praticamente concluído. É um amontoado de ficheiros e pastas borrados de escrita, entretanto resumíveis numa única folha de tamanho A4. Até porque, como provavelmente diria o próprio, o que não fez em benefício dos angolanos em sete anos e meio, certamente não fará em pouco mais de dois anos. 

RESUMO DO DESGOVERNO EM 30 DIAS

A questão-chave que se destaca no relatório é o fulminante fracas-so em todas as frentes que, por sua conta e risco, propagandeou Angola fora. Falhanço na consolidação de um Estado Democrático de Direito. Logro na fortificação e na impessoalização das instituições do Estado. Intrujice no combate à corrupção e à impunidade. Trapaça na luta contra o favoritismo, contra a bajulação e contra o nepotismo. Fracasso na luta contra a fome e a pobreza extrema. Aldrabice na promoção e consolidação da reconciliação nacional e numa infinidade de promessas largadas ao vento. Naturalmente, é o tempo que se tem encarregado de expor os números e os factos que desmontam, sem apelo nem agravo, o castelo de areia de João Lourenço. Tão insustentável será qualquer tentativa de dissimular o logro que, num espaço de um mês, temos a soma de todos os exemplos que traduzem a tragédia. 

Ainda não se passam 30 dias desde que os números da pobreza ex-trema foram actualizados pela World Poverty Clock. De acordo com esta ONG, o pior de João Lourenço não foi não ter retirado um único angolano da pobreza extrema. Foi ter criado pelo menos mais 5,4 milhões de novos angolanos indigentes. Não vão mais de duas semanas desde que o regime fez cair o queixo de muitos angolanos com a historieta dos terroristas que iam deitar abaixo o Palácio Presidencial, a Embaixada Americana e a Refinaria de Luanda com meia dúzia de granadas enferrujadas. É nestes dias que os angolanos ficaram a saber que, na AGT, a alegada gatunagem se faz com suporte em leis propostas por um Governo e aprovadas por deputados. Não vamos além de uma semana e meia desde que se ficou a saber que afinal filha de João Lourenço também pode ficar à frente de uma instituição estratégica por onde passa o processo de privatização de activos públicos cobiçados pelos donos da vez. Ainda estamos dentro da semana em que se discute uma alegada reconciliação nacional, em que uns reclamam a exclusividade dos seus heróis na luta contra o colono português.

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