Sustentabilidade Emocional no Trabalho
A gestão emocional é um ponto fundamental para a vivência harmoniosa da nossa vida nas suas diferentes esferas, quer sejam pessoais, quer profissionais, assente num conceito que revela como aspectos principais: a autoconsciência emocional, ou seja, o reconhecimento das emoções experienciadas; a empatia face às emoções dos outros; a automotivação, através do uso de emoções como motor para a concretização de objectivos; e a gestão de relacionamentos, directamente relacionada com a gestão emocional com os outros, sendo esta uma competência essencial no âmbito pessoal e profissional; e a gestão emocional.
A gestão emocional, como o nome indica, está relacionada com a forma como estimulamos e processamos as nossas emoções, como agimos perante situações de stress, frustração, ansiedade, fúria e tristeza, reflectindo, assim, um profundo autoconhecimento.
“No mundo actual, não basta ser inteligente, esperto e preparado para competir. É preciso ter calma e empatia e persistir diante das frustrações para conseguir viver bem no amor, ser feliz com a família e vencer no mercado de trabalho” diz Daniel Goleman no livro Inteligência Emocional.
O contexto actual acrescido do cenário de pandemia que vivenciámos no último ano e meio, veio reforçar ainda mais a importância de uma gestão das emoções cuidada e adequada, assente num conjunto de estratégias e suporte, que promova estabilidade emocional e bem-estar de cada um de nós. Nas organizações, este tema tem vindo a ganhar cada vez mais espaço e importância junto dos líderes e gestores, reconhecendo o valor do bem-estar emocional das suas pessoas, e a sua ligação intrínseca com a motivação, qualidade e produtividade.
A sustentabilidade emocional, está na agenda das Organizações e é cada vez mais reconhecida como factor primário para o sucesso na gestão de obstáculos e desafios da vida pessoal e profissional. Quando se revelam dificuldades neste âmbito, o domínio e submissão pelas emoções é grande, podendo facilmente conduzir à frustração, depressão e a um profundo sofrimento. Estas emoções têm naturalmente impacto no dia-a-dia profissional e por sua vez na Organização.
Uma gestão eficaz das emoções promove a uma vivência mais harmoniosa, adaptativa e, por sua vez, mais feliz, com impacto não só na vida pessoal, mas na forma como se gere a vida profissional. Para isso há um trabalho de desenvolvimento pessoal e de autoconhecimento que tem naturalmente um profundo impacto:
— Autoconhecimento: ter a capacidade de revisitar os comportamentos diários e identificar os pontos negativos e positivos no dia-a-dia.
— Gestão das emoções: após identificar, analisar os comportamentos que considera serem positivos e negativos para o seu dia-a-dia e criar um mapa mental de como agir/evitar as reacções negativas e como potenciar as positivas.
— Motivação: conhecer e focar-se nas suas motivações profissionais, quer estejam relacionadas com a função, com a equipa ou com a missão/objectivos da organização.
— Competências sociais/ empatia: ter atenção sobre aqueles que estão ao seu redor e analisar/reflectir o seu relacionamento com os outros.
A saúde mental irá continuar a ser uma prioridade nas agendas das Organizações. Esta fase veio reforçar o que já sabíamos – as pessoas só dão o seu melhor quando estão bem e felizes. Cabe aos líderes estarem atentos à força e bem-estar das suas equipas e às organizações desenharem soluções adequadas a esta necessidade cada vez mais presente, através do desenho de planos que garantam um acompanhamento regular das pessoas, implementar actividades que permitam a interacção das equipas fora do contexto de trabalho e concederferramentas que permitam a cada colaborador fazer o seu trabalho individual de autoconhecimento e posterior desenvolvimento. A sustentabilidade emocional trará às organizações motivação e energia às equipas e potenciará níveis de entrega e performance.
JLo do lado errado da história