Uma gestão de sinistros eficiente ajuda a reputação do sector segurador
Entre as várias especificidades que o sector segurador apresenta, existe uma que se destaca das demais, que é o seu ciclo de produção ser invertido, isto é, o cliente paga primeiro o serviço e só depois, e somente no caso da ocorrência um evento adverso, é que irá usufruir do serviço. No caso das companhia de seguros, o serviço é o cliente estar protegido destes eventos adversos que possam eventualmente ocorrer, aos quais se dá o nome de sinistros.
A gestão de sinistros representa uma das principais actividades numa seguradora, pois, além de ter especificidades técnicas próprias, a gestão de sinistros surge no momento em que as companhias de seguros têm de assumir as responsabilidades perante os tomadores ou de terceiros com a regularização de sinistros ocorridos, bem como fazer a gestão corrente dos mesmos (garantir que toda a documentação para abertura de um sinistros está reunida, garantir que o sinistro reportado está em conformidade com as condições gerais e particulares da apólice, acompanhar o nível de provisionamento face à expectativa dos pagamentos que irão ocorrer, acompanhar os pagamentos aos sinistrados e por garantir que os sinistros, quando regularizados, são devidamente encerrados). Adicionalmente, é quando existe a ocorrência de um sinistro que a companhia de seguros tem contacto com o sinistrado, o que, por vezes, acontece em circunstâncias de fragilidade, pois os sinistrados acabaram de sofrer uma perda de algum género, por isso as companhias de seguros sabem que quanto mais rápida e eficiente for a regularização do sinistro maior a satisfação do tomador ou do terceiro envolvido no processo e isso ajuda na credibilidade do sector segurador.
Num processo de gestão de sinistros eficiente e que corresponda com as expectativas dos clientes, a companhia de seguros deverá ter parceiros como peritos, oficinas, clínicas que garantam um serviço de qualidade, para além disso, e de uma relevância enorme na sua actividade, as companhias de seguros, deverão de assegurar uma robustez financeira capaz de fazer face a eventuais sinistros que venham ocorrer sob a sua responsabilidade. Adicionalmente as companhias de seguros deverão também ter em consideração os custos incorridos com os parceiros, isto é, companhia de seguros para garantir a qualidade de serviço e robustez financeira deverá monitorizar a qualidade dos serviços prestados pelos parceiros assim como ter uma visão critica dos custos por eles apresentados ou orçamentados, com controlos apertados, p.e. auditorias regulares aos processos.
Com o ciclo de produção invertido e o cliente a pagar antes de usufruir dos serviços, é necessário que haja uma política de investimentos adequada por parte das companhias de seguros assim como uma política de provisionamento devidamente adequada à carteira de seguros e possuir indicadores de monitorização da rentabilidade dos produtos de seguro.
Com o objectivo de garantir e avaliar a política de provisionamento das companhias de seguros o novo regime jurídico para a actividade seguradora e de resseguro, o qual se espera que entre em vigor brevemente, vem instituir a função actuarial no organograma das companhias de seguros, esta função além de analisar o pricing dos produtos de seguros terá também que avaliar o nível de provisionamento efectuado pelas companhias de seguros, o que tarará um conforto adicionalmente aos stakeholders.
Em resumo, a gestão de sinistros adequada e que garanta a satisfação do sinistrado irá contribuir para ajudar a aumentar a reputação do sector segurador e com isso ajudar aumentar o nível de penetração do mercado segurador, contudo, é necessário que as companhias de seguros tenham uma robustez financeira adequada para fazer face às obrigações.
JLo do lado errado da história