AO QUE CHEGAMOS!
Adalberto Costa Júnior foi, esta terça-feira, ao Palácio da Cidade Alta e a notícia ecoou em Angola com requintes de ocorrência inédita. Se o discernimento e a serenidade abundassem, os contornos deste facto seriam no mínimo constrangedores aos nossos próprios olhos. Escusado será adivinhar o que seria para os que nos observam de fora. Não haveria possível escapatória à vergonha na sua expressão mais embaraçosa. Qualquer angolano com dois dedos de testa teria a obrigação de exclamar pelo menos “ao que chegamos!”. Os outros teriam o direito de perguntar se os angolanos recuaram à idade da guerra. Exageros? Nem de perto.

Apesar da democracia de faz de conta, não se adivinhavam tempos no pós-guerra em que um encontro trivial entre o Presidente da República e o líder da oposição concorresse para um dos factos notáveis do ano. Para que uma reunião entre João Lourenço e Adalberto Costa Júnior valesse mais do que uma nota de rodapé, nos dias que correm, seria preciso um contexto de excepção. O contrário – a reacção eufórica ao encontro desta terça-feira - não é mais do que um dos sintomas graves da radicalização do regime. Por arrogância e inconsciência, os radicais do regime ignoram que dialogar com o líder da oposição é, por extensão, uma das obrigações constitucionais do Presidente da República. É uma vergonha sem tamanho!
Mas este é apenas um dos ângulos da reunião entre João Lourenço e Adalberto Costa Júnior. O conteúdo que veio para fora é outro. O líder da Unita resumiu os temas que discutiu com João Lourenço e disse-se ansioso que do encontro resultem actos que resgatem alguma esperança, incluindo consensos no debate sobre a legislação eleitoral.
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NOVO SISTEMA POLÍTICO PRECISA-SE