Cruzeiros de luxo desmantelados
A Aproveitam-se peças de mobiliário para revenda, peças de WC, mas tudo o resto, desde o material usado no chão, nas paredes, as janelas e o metal dos navios de luxo que costumavam fazer as maravilhas de milhares de turistas, antes de a pandemia virar a indústria do avesso depois de 36 dos cruzeiros registarem casos de covid 19.
As imagens parecem tiradas de um filme sobre o fim do mundo, mas são fotos do porto de reciclagem de navios Aliaga, em Izmir na Turquia, que estava habituado a desmantelar navios de carga antigos mas que ultimamente se tornou última morada dos reis dos mares de luxo do turismo. Tem cinco cruzeiros à espera de desmantelamento, mais três a caminho e a administração do porto estima que o volume de material processado vá aumentar de 700 mil toneladas em Janeiro para 1.1 mil milhões até ao final deste estranho 2020. Vêm cruzeiros para desmantelar da Itália, EUA e Inglaterra maioritariamente.
Empresas como a Carnival Cruise Line fundada nos anos 70 e que contabilizava em 2019 receitas líquidas de perto de dois mil milhões de USD, vendem os navios mais antigos e que requerem mais manutenção às empresas de reciclagem ou sucatas para cortar custos. Manter estes cruzeiros tem custos estimados em 250 milhões de USD por mês e a companhia anunciou no mês passado que vai mandar para a sucata 18 dos seus cruzeiros “menos eficientes”.
A Carnival reportou perdas de 4.4 mil milhões de USD no fim do segundo trimestre do ano. Até Maio, facturou apenas 700 milhões de dólares, uma fracção dos 4.8 mil milhões do mesmo período em 2019 e a empresa, como as pares da indústria, não consegue prever quando poderá recuperar a confiança de todos os stakeholders depois de episódios em que navios registaram casos de covid e ficaram à deriva sem ter onde atracar e o pânico instalou-se entre os passageiros que ficaram confinados correndo maior risco de infecção.
Até meados de Junho, 21 mil funcionários em 49 navios ficaram retidos em alto mar sem ter como atracar devido às restrições que a maioria dos países impuseram nos seus portos fronteiriços.
Mais de dois mil trabalhadores desmontam e vendem as partes frequentemente a outros operadores hoteleiros em busca de pechinchas. Kamil Onal, presidente de uma empresa de reciclagem de navios, afirma que se trata de transformar a crise em oportunidade.
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