Economistas consideram “inoportuna” aumento das tarifas da água e energia
ENERGIA E ÁGUA. Investigadores explicam que num contexto de inflação e de atrasos estagnados, qualquer aumento agrava o custo de vida, e acreditam que a situação poderá obrigar as empresas a aumentarem os custos de produção. Defesa do Consumidor promete avançar com providência cautelar para a suspensão da medida.

Alguns economistas contactados pelo Valor Económico consideram “inoportuna” a medida do Governo que vai aumentar as tarifas da água e da electricidade em 30% e 11,5%, respectivamente, e defendem uma abertura do sector para concorrência das empresas, “a fim de que estas pratiquem preços mais baixos”.
A posição é defendida pelo investigador do Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola (Cinvestec), Bernardo Vaz, que defende que o aumento do preço da energia e da água, a partir de Junho deste ano, pode ser sentido de forma “pesada pelas famílias e agravar o custo de vida”, obrigando-as a “fazer cortes em outras áreas essenciais, como alimentação, educação e saúde”.
“A ENDE e a EPAL são as únicas empresas que fornecem energia e água. Por que não abrir o sector para a entrada de mais empresas? Vamos abrir o sector para que empresas possam entrar e, no final das contas, isso vai levá-las a distribuírem a energia e a água com um custo mais barato, já que o Governo não consegue, por via do Ministério da Energia e Água, oferecer um sistema de produção e um método de trabalho mais eficiente”, observa.
Bernardo Vaz entende que, num contexto de inflação elevada em Angola, qualquer aumento agrava o custo de vida das famílias, sublinhando que a elevação dos preços dos serviços básicos tem impacto directo no orçamento das famílias, principalmente das camadas mais vulneráveis.
O pesquisador entende ainda que esta situação poderá obrigar as empresas, sobretudo as do sector de produção a aumentarem os custos, sem terem em conta o impacto social, já que as pessoas não têm poder de compra.
“Ou seja, se os custos de produção aumentaram, os produtores não podem continuar a vender o mesmo produto ao preço anterior, por exemplo: inicialmente eu tenho um custo de dois, e depois os custos disparam para cinco. Na época que os meus custos eram dois, eu vendia a quatro, que é um ganho de dois. Mas agora os meus custos foram para quatro. Se eu vender a quatro, não tenho ganho”, sustenta.
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Que venham mais déspotas e autocratas!