Falta de chuvas periga agricultura familiar
A falta de chuvas que se verifica há mais de três meses na região centro deixou as famílias produtoras e as cooperativas de camponeses do Huambo em situação de incerteza relativamente à produção agrícola deste ano.
Em 2021 a classe camponesa da região planáltica previa colocar no mercado produtos alimentares no valor de dois mil milhões de kwanzas. O prejuízo geral calcula-se em torno dos 81 milhões de kwanzas.
Aurélio Naúma André é um ex-militar que, em 2007, foi contemplado com um lote de terra de seis hectares na região da Betânia, na Chipipa, para nele efectivar o seu projecto agrícola familiar. Hoje, com mais de 250 hectares de terra, o agricultor dedica-se à produção, em grande escala, de batata rena, cebola e repolho, produtos que necessitam de rega sistemática.
A zona em que se situa o seu "território produtivo” foi bastante afectada pela falta de chuva nos últimos três meses, período que considera ser o mais relevante no processo de produção. Hoje por hoje, Aurélio Naúma André, com mais de 93% da produção perdida, calcula prejuízos em torno dos 35 milhões de kwanzas.
"Só de Outubro a data, o prejuízo em torno daquilo que foi o meu investimento anda em torno dos 35 milhões de kwanzas. "Se durante o mês de Fevereiro existirem chuvas em abundância, é possível que até Junho possamos recuperar algum valor investido, com a plantação de uma segunda safra. Mas isso não passa mesmo de previsões”, afirma de forma desolada Naúma André, em declarações ao Jornal de Angola.
Entre 2019 e 2020, o Huambo colocou no mercado nacional, mais de três mil toneladas de produtos hortícolas diversos, segundo dados avançados pela associação de camponeses. Em 2021, independentemente das dificuldades financeiras e do aumento dos preços dos fertilizantes – um saco de adubo é vendido nos circuitos comerciais a 35 mil kwanzas -, espera-se alcançar o dobro das quantidades a colocar no mercado.
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