O guru da bolsa e orientador de Warren Buffet
MERCADO BOLSISTA. Tal como Isaac Newton, apelidado de ‘o pai da ciência moderna’ e de Adam Smith, baptizado como o ‘pai da ciência moderna’, Benjamin Graham foi apelidado como o ‘pai da ciência da avaliação de acções’.
Muitos analistas questionam-se, ainda hoje, como é que o filho de um negociante londrino de porcelanas chegou a ser o primeiro guru de bolsas, sendo, inclusive, para alguns, o maior de sempre?
A resposta, no entanto, foi muitas vezes encontrada nos resultados conseguidos por Benjamin Graham. Para além de ter sido considerado “um destacado académico”, a sua sociedade, a Graham-Newman, ganhou quase 15% por ano em duas décadas.
De acordo com Jason Zweig, colunista do The Wall Street Journal, “antes de Graham, os gestores de activos comportavam-se como grémios medievais, guiados largamente pela superstição, adivinhação e rituais arcanos”.
O primeiro contacto com a bolsa foi provavelmente por volta dos 13 anos: após a morte do pai, a família enfrentou dificuldades e a mãe, ao recorrer a empréstimos para investir na bolsa, perdeu tudo no Pânico de 1907, que arrasou o mercado norte-americano.
Benjamin Graham conseguiu, no entanto, uma bolsa para estudar na Universidade de Columbia, em Nova Iorque. Apesar de ter recebido convites de três departamentos – Inglês, Matemática e Filosofia – para se dedicar ao mundo académico após finalizar o seu curso, o jovem Graham, de 20 anos, optou por ingressar no mundo de Wall Street.
Começou como empregado de uma correctora de obrigações, passou a analista, depois sócio e, mais tarde, criou a sua própria firma, a Graham-Newman.
Reza a história que, na sequência da Quinta-Feira Negra de 1929, que marcou o início da Grande Depressão norte-americana, Benjamin Graham perdeu cerca de 70%, mas sobreviveu e saiu mais forte. Entre 1936 e 1956, o ano da sua aposentação, a sociedade Graham-Newman ganhou anualmente 14,7%, de acordo com a investigação de Jason Zweig.
Antes disso, em 1928, Graham tinha ingressado à Columbia para leccionar sobre investimento. Terá sido aí que orientou um jovem Warren Buffett, entre muitos outros grandes futuros investidores de bolsa. Buffett tornar-se-ia, mais tarde, seu empregado e amigo.
De acordo ainda com as investigações de Jason Zweig, terá sido em 1928 que Benjamin Graham surpreendeu o magnata John Rockefeller. Depois de investigar a Northern Pipe Line, uma das sociedades criadas através do desmembramento do império de Rockefeller, descobriu que a companhia tinha obrigações que valiam 95 dólares por acção, quando cada acção cotava na bolsa a 65 dólares.
A partir daí, teria demorado dois anos a conseguir que a maioria do capital fosse distribuída aos proprietários, encaixando uma boa mais-valia para a sua sociedade, que já era a segunda maior accionista.
Foi a sua experiência profissional e académica, aliada à sua natural inteligência, que o colocam no pódio dos gurus da bolsa, segundo defende Jason Zweig.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...