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Falência de empresas é também dos riscos

Os feitos do mau atendimento ao público nas instituições

SERVIÇOS. São várias as reclamações sobre o péssimo atendimento em diversas instituições públicas e privadas,  comportamento que tem contribuído para a pouca produção e o consequente desemprego. 

 

Os feitos do mau atendimento ao público nas instituições
D.R

Sair de um estabelecimento comercial ou de qualquer outra instituição pública com sorriso estampado no rosto pelo bom atendimento continua a ser difícil na sociedade angolana. É visível o ar desgastante e exaltado nos rostos de muitas pessoas à saída de instituições, muitas vezes abarrotadas, com atendimento moroso.  

Quem assim caracteriza a generalidade do atendimento ao público no país são jovens como Alberto Gomes, que conta ter deixado de frequentar uma  loja de telefonia localizada em Viana pelo facto de os funcionários estarem sempre indispostos. “Tratam os clientes como se estivessem a fazer favor, nem sequer prestam a devida atenção aos clientes,” lamenta.   

Rosa de Almeida é outra jovem “descontente” e que conta ter sido obrigada certa vez “a chegar ao extremo”, tendo sido forçada a abandonar o estabelecimento comercial pelos seguranças.

Ainda assim, Alberto Gomes e Rosa de Almeida, que dão o rosto por muitos que reclamam frequentemente da qualidade de atendimento ao público, têm registado queixas nos livros de reclamações, ainda que existam dúvidas sobre o destino final dessas denúncias.

A gestora empresarial Rukelha Reis não tem dúvidas de que as empresas angolanas “falham gravemente no tratamento ao cliente.” Chama a atenção, por isso, aos funcionários a procederem “de forma urbana e amorosa para com os clientes”, não importando a idade, género ou raça.   “O mau atendimento ocasiona perda de clientes, baixa lucratividade e consequentemente a falência das organizações.

O cliente é importante em qualquer ramo de negócio, pois sem ele não existe lucro. E, por ser o cliente a peça fundamental, o factor inerente para que uma empresa se mantenha activa no actual mercado competitivo, ele merece um tratamento especial”, recomenda.

A também palestrante dá a conhecer a mudança de perfil do cliente. “Se no passado aceitava adquirir produto de baixa qualidade mesmo que o atendimento deixasse a desejar, hoje o perfil é outro. Os clientes da nossa Era aprenderam a comparar preços, produtos, atendimento, prestação de serviço de qualidade, estão cada vez mais selectivos e exigentes, conhecem os seus direitos de consumidor e têm vasta opção de escolha em suas mãos”, adverte.

A gestora recomenda, por isso, as empresas e demais instituições a criarem treinamentos regulares e proporcionarem motivação aos colaboradores. “A motivação harmoniza os indivíduos para desenvolverem bem as suas actividades, em busca de resultados positivos para as empresas, seja através de prémios ou reconhecimento pelo seu desempenho”, insiste, acrescentando que “o funcionário que não é reconhecido pelo seu desempenho trabalha sem ânimo.”

Rukelha Reis defende assim a necessidade de se “manter o cliente satisfeito porque, quando assim acontece, volta para a empresa e indica às outras pessoas.” E isso, precisa, “passa por fornecer informações, esclarecendo dúvidas, solucionando problemas, de forma a proporcionar segurança e tranquilidade ao cliente”.