Quiosques do Xikila Money cobiçados por vendedores que querem gerir
BANCA. Abandonados desde 2019, quiosques revelam sinais de degradação. Comerciantes que actuam no mercado informal defendem o aproveitamento dos equipamentos e pedem às autoridades decisões urgentes. Banco Postal, o proprietário dos quiosques, já havia informado que destino dos meios está nas mãos da justiça.
Diversos vendedores e trabalhadores informais andam de ‘olhos’ nos 130 quiosques que o Banco Postal tinha instalado em Luanda e que se encontram abandonados desde 4 de Janeiro de 2019, quando o BNA revogou a licença e requereu a declaração de falência da instituição.
Os quiosques estão estrategicamente colocados em pontos com forte movimento de vendedores informais. Foram os postos bancários do segmento Xikila Money, unidade de negócio do Banco Postal dirigida a clientes não bancarizados e com rendimentos médio, médio-baixo e baixo.
Muitos dos clientes são sapateiros, engraxadores, vendedores e continuam a trabalhar nos mesmos pontos, ou seja, próximo dos quiosques onde depositavam os lucros diários. Com estes quiosques abandonados e a degradarem-se, há vendedores que pensam em reaproveitá-los.
Um deles, Anderson Teixeira, defende a necessidade de o Tribunal tomar uma decisão sobre os quiosques, porque há muitos jovens “com profissão a carecerem de apoio”. “Aqui na placa passa sempre o senhor da administração, tentamos pedir o quiosque para ser de base nossa, ou fazer dele um meio de negócio, mas a administração não mostrou nenhum interesse, dão sempre uma resposta negativa e acabamos por desistir”, conta.
Membro de uma das 'placas’ de táxi do Rangel, Anderson Teixeira revela saber que já houve tentativas de ocupação ilegal, mas “os fiscais estão sempre a dar corrida a quem tenta abrir os quiosques que se encontram abandonados e a estragar”. “O Governo deveria abrir um concurso público para a aquisição de quiosques pelos jovens empreendedores, vai ajudar a dinamizar a economia, ficar fechado e sem aproveitamento enquanto outras pessoas querem, torna-se complicado”, desabafa.
Por sua vez, Adilson Yacuenda defende o aproveitamento dos quiosques, apontando como uma possibilidade de se tornarem pequenas frutarias, por exemplo: “Se pegar e colocar uma vendedora de frutas dentro do quiosque, seria benéfico, uma forma de ajudar as pessoas que necessitam. Tudo parte de um princípio e é esse princípio que o nosso Governo não tem. O problema é que o Governo não pensa nos jovens”.
Também Faustino Nascimento, estudante, propõe que os quiosques abandonados sejam distribuídos aos vendedores que não têm lugar para fazer negócio.
De acordo com o antigo director do Xikila Money, Pedro Botelho, cabe aos tribunais dar um destino aos quiosques, depois das conclusões tiradas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Cabe também ao governo a manutenção dos bens apreendidos.
Trabalhavam para a rede Xikila Money 480 colaboradores. Depois do encerramento, não foram indemnizados e ainda aguardam por uma decisão.
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