PEDRO DIOGO, SENIOR PARTNER DA SUPERBRANDS ANGOLA

“As relações que se estabelecem a nível internacional devem ser fundamentadas pela confiança e não pelo interesse imediato”

Pedro Diogo, senior partner da Superbrands Angola, afasta qualquer possibilidade de existir ‘negociatas’ nos selos de qualidade entregues às marcas. Explica a metodologia de seleccção das marcas e revela que a avaliação final inclui a opinião dos consumidores. Especializado em Comunicação, analisa também o posicionamento das marcas face ao contexto económico e da inteligência artificial.

“As relações que se estabelecem a nível internacional devem ser fundamentadas pela confiança e não pelo interesse imediato”
Mário Mujetes

A Superbrands é uma organização presente em Angola há mais de uma década.  Nota-se, nos últimos anos, que muitas marcas que tinham o selo durante anos consecutivos perderam e algumas novas ganharam em pouco tempo. Qual é o critério concreto? 

Deixe-me começar por contar a história de como é que o projecto surge nos anos 90. Basicamente, o Marcel Knobil trabalhava na BBC, era jornalista, quando fazia muitos dos seus programas, às vezes encontrava marcas e na gravação falava do nome da marca, e quando chegava efectivamente à parte editorial, dizia-se que não podia dizer o nome da marca. E ele foi tendo muitas discussões internas, porque ele dizia não. Dizia que, ao falar da marca, estava a tentar vender a marca, estava a contar uma história. Aquilo acabou por fazer com que ele fundasse o projecto e tem desde essa data este princípio, que é o princípio de isenção e de independência. Ou seja, as marcas não concorrem. Ou são apuradas ou não são. O estudo é feito ao consumidor e são feitas perguntas de forma espontânea. Diga-me três marcas que conheça, três marcas em que confia, três marcas importantes na sua vida. As pessoas vão falando coisas diferentes. Se eu tiver um determinado perfil, vou dizer uma coisa, se calhar se estiver a fazer a entrevista no bairro vão surgir outras coisas diferentes, porque é normal. No mundo inteiro é assim. 


O critério é internacional? 

O projecto, desde 2009 que está em Angola, cumpre este critério, que é internacional, ou seja, as marcas não se candidatam, não concorrem, não é por estarem na área A ou B. O projecto continua a manter este princípio de idoneidade e de independência. Várias vezes fomos contactados por algumas empresas que dizem que gostariam de ser Superbrand. A nossa resposta é fácil: o que tem de fazer é saber trabalhar todos os dias para conseguir criar relação com as pessoas.

Há marcas que, entre 2009 e 2017, mantiveram o selo ininterruptamente. Deixam de o ter desde que ocorreram mudanças na política...

 É sempre uma decisão da marca. Nós informamos as marcas se foram apuradas ou não foram. A decisão de participação é uma decisão da marca. A marca é que decide se quer participar no projecto ou não. Independentemente disso, fazemos todos os anos a apresentação dos dados do estudo. Faz-se num evento, o estudo normalmente tem à volta de 10 mil referências, não conseguimos numa apresentação falar de 10 mil marcas e, normalmente na apresentação, falamos sobre o ‘top 20’. No caso, as 20 com maior número de referências. Portanto, a questão é exactamente essa, a marca é que toma a decisão. A Cuca, por sua própria decisão, já há uns anos que não participa no projecto. Mas nós continuamos a dar essa nota, de que continua a ser uma das marcas referenciadas.

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