Seminário sobre perspectivas económicas

BNA e FMI de ‘mãos dadas’ capacitam quadros nacionais

CAPACITAÇÃO. Iniciativa da Academia do Banco Central leva reperesentante do FMI em Luanda ao Museu da Moeda para capacitar técnicos do BNA sobre vários relatórios do FMI. O chileno à frente da delegação de ‘Bretton Woods’ no país antecipa “maiores dificuldades” para Angola e a Nigéria devido aos impactos da baixa do petróleo no sector extractivo e atrasos nas reformas.

 

Uma acção formativa sobre o ‘Relatório de Primavera 2017’ e as ‘Perspectivas Económicas Globais’ do Fundo Mundo Interancional (FMI) foi ministrada aos quadros do Banco Nacional de Angola (BNA), no quadro de um programa de estratégia da Academia do Banco Central. Segundo uma nota do BNA, a formação e o conhecimento integram “projectos prioritários” do conselho de administração do banco central.

A conferência teve, como moderador, o professor e economista Alves da Rocha, que, nos mais variados temas, guiou a prelecção do representante do FMI em Luanda, Max Alier, coadjuvado pelo economista do FMI, Marco Miguel, que moderou o tema ‘perspectivas económicas regionais’.

No decurso da formação, e sobre as perspectivas económicas globais, o chileno à frente do FMI em Luanda realçou que, em 2016, o crescimento abrandou em cerca de dois terços dos países da região, que representa 83% do PIB regional, estimando-se que não se tenha ultrapassado os 1,5%, o pior resultado em mais de duas décadas (ver Observatório nas páginas 4 a 8).

“Mesmo a despretensiosa retoma para 2,5% prevista para 2017, será, em grande medida, impulsionada por factores pontuais, nos três maiores países subsarianos: a recuperação da produção de petróleo na Nigéria, o aumento dos gastos públicos em Angola no período que antecede às eleições e a diminuição dos efeitos da seca na África do Sul”, considera Alier, falando a altos responsáveis do BNA. Crescimento ?mantém fraco Apesar de o quadro económico apresentado tender a crescimento, Max Alier defende que o “impulso regional subjacente permanece fraco e, mantido este ritmo, o crescimento da África subsariana continuará a ficar aquém das tendências recentes e apenas ligeiramente acima do crescimento da população”.

Uma observação sobre a actual situação económica nacional não escapou aos discrusos de Max Alier, que considera Angola a Nigéria os países “mais duramente” afectados pela nova realidade de preços baixos do petróleo e os membros da Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC), além de continuar a confrontar-se com a perda de receitas orçamentais e as pressões sobre as balanças de pagamento.

“Dada a aplicação tardia e limitada de medidas de ajustamento nesses países, as repercussões da baixa dos preços do petróleo nos sectores não extractivos continuam a causar danos às economias e, se não forem resolvidas, poderão gerar dificuldades ainda maiores”, antevê Alier, em nota de fecho.