ZUNGUEIRA
Em visita ao país

Directora do FMI diz que Angola gasta mais em subsídios energéticos do que em saúde e educação

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva defende a necessidade de Angola reduzir gradualmente a subvenção aos combustíveis e diz que o país gasta mais em subsídios energéticos do que em saúde e educação. 
 

Directora do FMI diz que Angola gasta mais em subsídios energéticos do que em saúde e educação

Em entrevista ao Jornal de Angola, no âmbito de uma visita à Angola que começa hoje e termina à 21 de Novembro, Kristalina Georgieva, refere que na sua maioria os subsídios aos combustíveis beneficiam “os mais ricos”, e reduzem o financiamento para a saúde, a educação e o desenvolvimento. “Sabemos que uma eliminação gradual dos subsídios gera o aumento dos preços, mas a experiência diz-nos que as reduções nos subsídios podem ser acompanhadas por transferências monetárias direccionadas, de modo a proteger os grupos vulneráveis”. 
Na entrevista, a gestora entende que Angola fez progressos “consideráveis” ao nível da recuperação da estabilidade macroeconómica e na reconstituição de reservas. Mas que a economia continua exposta a choques externos. “É o que acontece no caso do petróleo. O petróleo continua a ser o pilar da economia, o que também significa que o país é vulnerável à volatilidade dos preços do petróleo”. 
A líder da organização internacional considera que a depreciação do Kwanza resulta da queda das receitas em divisas provenientes das exportações de petróleo, enquanto as importações continuam a crescer.” As pressões sobre a moeda contribuem para a inflação e esta afecta mais duramente as famílias pobres”. 
Kristalina Georgieva será recebida em audiência pelo Presidente da República, João Lourenço, e manterá um encontro de trabalho com a equipa económica, sob a coordenação do Ministro de Estado da Coordenação Económica, José de Lima Massano.  
A última visita do FMI a Angola ocorreu em Dezembro de 2018, na altura em que foi chefiada por com Christine Lagarde.