O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou hoje os resultados do Censo Geral da População e Habitação (Censo 2024). O Governo fala em recolha de dados com “profissionalismo”, “elevado rigor técnico” e “transparência”. Do lado de fora, vários cidadãos referem não terem sido contados e há ainda ex-agentes do inquérito que reclamam a falta de pagamentos de subsídios.

Numa cerimónia que contou com vários governantes e teve casa cheia, em Luanda, o Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República e também coordenador da comissão que organizou o censo, Francisco Pereira Furtado admitiu "sérias dificuldades" durante o processo, principalmente logísticas, e destacou a dedicação e o espírito patriótico dos angolanos e profissionais envolvidos durante todo o processo, que souberam contornar as dificuldades.
Na página oficial do INE, que apresentou em tempo real a cerimónia, houve dezenas de cidadãos que ainda reclamam o pagamento de subsídios, mais de um ano depois da realização do censo, e outros que revelam nunca terem visto um recenseador em casa.  
Na divulgação dos dados, ficou-se a saber que Angola tem actualmente 36,5 milhões de habitantes, e a província de Luanda lidera o gráfico populacional em mais de 51%.  
O INE revela ainda que os dados resultam da combinação entre dados do recenseamento, do inquérito de cobertura e do ajustamento estatístico, destinados a incluir a população não recenseada.  
A recolha de dados que agora são divulgados foi desde o seu início amplamente questionada por especialistas em estatísticas. O início da recolha chegou a conhecer mais de uma data e o processo registou vários problemas logísticos, que vão desde a falta de viaturas, admissões duvidosas e falta de pagamentos dos subsídios