João Lourenço admite que Angola enfrenta problemas de acesso à educação e ao mercado de trabalho após formação
O Presidente da República reconheceu a existência de crianças sem escola e a estudar em condições inadequadas e que o número de salas de aula no ensino público está ainda muito abaixo da demanda, face à crescente pressão demográfica.

O Presidente da República admitiu que Angola enfrenta problemas de acesso à educação e ao mercado de trabalho, e defendeu ser “crucial” redireccionar a oferta formativa para o mercado de trabalho.
Na mensagem sobre o Estado da Nação, na Assembleia Nacional, que durou mais de três horas, João Lourenço disse que a adequação da formação às necessidades reais do mercado é um dos grandes desafios identificados, sendo objectivo do Governo a disponibilização de uma maior oferta formativa em domínios com maior potencial de absorção de mão de obra qualificada.
Para o Chefe de Estado, o emprego jovem continua a ser um dos maiores desafios de países com um perfil etário bastante jovem, como é Angola, e que, por isso, a sua abordagem é transversal, exigindo que todos os sectores da economia cresçam e gerem emprego de qualidade e bem remunerado para os jovens angolanos.
O Presidente reconheceu, por outro lado, a existência, no país, de crianças e a estudar em condições inadequadas. “A reforma que temos implementado no ensino técnico e profissional visa atender esta visão. Estamos a aumentar o número de instituições de ensino técnico e profissional para atender cada vez mais alunos”, explica o chefe de Estado.
O Governo está a investir 199 milhões de euros para diminuir o défice de salas de aulas só nas províncias de Luanda e do Icolo e Bengo. Segundo João Lourenço, há a necessidade de se andar mais rapidamente para se inverter esta situação, referindo que a implementação de um programa “especial para a educação com incidência municipal”, que contemple a construção e reabilitação de escolas do ensino de base em todo o país, a formação e a admissão de profissionais de educação, estando para isso mobilizados 500 milhões de dólares para os próximos dois anos.
O país vai começar a implementar no ano lectivo 2025/2026 o Programa Nacional de Alimentação Escolar, prevendo-se atender mais de 5 milhões de alunos, “medida que poderá contribuir para aumentar a taxa de sucesso escolar”.
Angola aos 50: entre condecorações, confissões e contas que não batem