“Nunca metemos o Governo americano ao barulho para forçar Angola a ir para a Boeing”
Quase ‘nascido’ no ‘4 de Fevereiro’, porque o pai foi director do aeroporto de Luanda durante 17 anos, João Miguel Santos participou nas discussões do novo equipamento de Luanda e não se inibe de tecer críticas e lançar dúvidas. A primeira é a pressa na inauguração do aeroporto e lança dúvidas sobre a qualidade da construção, apontando grandes falhas. A possível interferência estrangeira na compra de aviões faz com que o ex-director geral da Boeing ‘torça o nariz’. De resto, alerta para as dificuldades da Taag, por causa do frágil mercado, e assume não entender a necessidade de 15 aviões A220.
Como vê a implementação do mercado único africano de transportes aéreos?
Esta tentativa é antiga. Há 54 países em África, cada um com os seus problemas. Há poucos países que podem suportar uma companhia aérea nacional. Etiópia, Argélia, Marrocos e Tunísia podem. Angola tem uma companhia aérea, mas é pequena, com pouco mercado dentro de África. Moçambique tem a sua companhia, mas não passa de dois ou três aviões 737. A South African Airways está uma desgraça, uma companhia que chegou a ter 30 aviões, tem agora seis. É fácil falar no mercado único, mas muito difícil de o implementar. Por exemplo, Angola e Moçambique têm poucas relações culturais ou económicas com o resto dos países de África.
É impossível ou difícil essa implementação?
Sobre o ponto de vista prático, é muito difícil que alguma vez se chegue ao mercado único. Sobre o ponto de vista do que seria melhor para a aviação em África, o mercado único seria a melhor solução para o desfragmentar. A maior companhia da África Subsariana é a Ethiopian Airlines. O resto, incluindo a nossa Taag, é relativamente pequeno para conseguir fazer face a companhias europeias, americanas ou mesmo as do Médio Oriente. O mercado único seria uma boa solução, mas não vai ser fácil implementar.
Essa dificuldade é sobretudo financeira ou pela inexistência das relações económicas e comerciais?
Em princípio, tem que ver com a relação económica que não existe entre muitos países. Para implementar, também são necessárias determinadas metas financeiras que alguns países não conseguem cumprir como são os casos de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria.
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