“Quando abrir capital, a Etu pensa em começar devagar. Estamos a pensar em 5%, mas a partir de 2027”
Reconhece o contributo do Estado na criação de legislação para o sector petrolífero assim como a isenção fiscal para a exportação da produção, mas defende que poderia fazer-se mais, reduzindo os impostos. Presidente do conselho de administração da primeira petrolífera angolana privada que já contribui com 3% do petróleo produzido no país, Edson dos Santos avança que a empresa espera atingir 80 mil barris até 2030 e cerca de 400 milhões de barris em reserva.

O sector petrolífero continua a enfrentar vários desafios, mas a Etu melhorou consideravelmente nos lucros (acima dos 50% em 2024), saindo dos 141 milhões de para mais de 215 milhões. O que está na base desse crescimento?
Foi por conta das novas aquisições que fizemos no ano passado e que contribuíram com aproximadamente 10 mil barris na nossa produção. Tivemos também um aumento de aproximadamente 14 mil barris. A grande vantagem destas aquisições é que trazem barris muito rentáveis. A Total faz um trabalho excelente com o Bloco 32, que é o campo Caombo. Tem uma produção bruta de aproximadamente 150 mil barris por dia. E a Chevron também faz um bom trabalho no Bloco 14. Então, esses dois novos blocos trouxeram a maior parte do incremento na produção da Etu e também do resultado financeiro líquido da empresa. Além dos resultados, também nos permitem aprender bastante.
A Etu, entretanto, não é operadora nesses novos blocos. Como é a participação da empresa nos custos de produção? Sabe-se que houve uma redução este nível.
Esses operadores, como normalmente dizemos, já existem há mais de 100 anos, são muito experientes e fazem um trabalho excelente. Têm custos de produção muito baixos com um dígito só, entre os 5 e os 9 dólares. É a média dos custos de produção desses activos. A Etu Energias também opera, há activos em que a Etu é o operador. E temos feito muito esforço para reduzir o nosso custo de operação e chegar próximo dos números dessas grandes empresas. Hoje, no Bloco 0/05, já estamos nos 10 dólares por barril e vem de um campo que há quatro anos tinha mais de 50 dólares por barril de custo. Ainda temos muito a aprender, temos de manter o foco na eficiência, gastar bem, qualidade na despesa e não podemos largar a questão do controlo de custo.
O que influencia concretamente os vossos custos de produção, o que explica essa diferença dos os grandes operadores?
São vários factores. Um é a eficiência com a compra dos equipamentos, outro são os processos. Essas empresas têm processos muito afinados, que lhes permitem garantir que compram muito bem. O que nos cabe a nós, como empresas nacionais, e isso é um benefício do que chamamos de angolanização, é garantir que aprendemos com as experiências que vamos tendo junto dessas empresas para podermos implementar processos similares.
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