Sem bajulação, sem ‘stress e com desafios
RECOMENDAÇÕES. A Linkedin é uma das mais importantes redes sociais, vocacionada para o emprego e empreendedorismo. Troca-se experiências e fica-se a conhecer disponibilidades. Os usuários, na maioria quadros superiores, dão sugestões, discutem e não hesitam em aconselhar, nomeadamente com dicas de gestão. Eis quatro essenciais:
1 FIM AOS BAJULADORES
Um gestor brasileiro de projectos empresariais, Humberto Moura, defende que as empresas devem afastar os bajuladores e aponta as razões para isso: “os bajuladores distorcem a realidade”. Pegando em exemplos, o gestor e consultor esclarece que um bajulador “é um servo” que “elogia sem motivos, fomenta rumores e produz intrigas; faz papel de informador; defende os chefes indiscriminadamente; busca sempre privilégios e benefícios; e manipula e é manipulado”.
Perante este cenário, Humberto Moura recomenda que as empresas evitem este tipo de profissionais, optando apenas pela “meritocracia que não permita a bajulação”. O gestor brasileiro lembra que um líder que facilite a bajulação arrisca-se a “tomar decisões erradas, baseadas numa informação distorcida”, alertando ainda que um bajulador pode receber benefícios para proteger quem não trabalha. Humberto Moura avisa que um bajulador cai, “cedo ou tarde, sozinho”, mas que nessa queda pode “arrastar a empresa” e que “não é fiel”, porque pode trocar de camisola a qualquer momento.
2 ‘STRESS’ PIOR DO QUE CIGARROS
Estudos da Harvard Business School e da Universidade de Stanford, ambas dos Estados Unidos, concluem que o ‘stress’ simples e as rotinas de trabalho podem fazer tão mal à saúde como a exposição a quantidades consideráveis de fumos de cigarros inalados de outras pessoas. Os pesquisadores reuniram dados provenientes de mais de 200 estudos.
As pesquisas concluem ainda que a primeira razão, causadora do ‘stress’, é o medo de perder o emprego. Neste caso, aumenta o risco para a saúde em 50%. Também um cargo ou tarefa que exija do funcionário mais do que pode oferecer aumenta esse risco em 35%.
Os pesquisadores ‘culpam’ assim determinados chefes pelo ‘stress’ e identificam-nos: os que são geralmente agressivos, sobretudo com palavras, narcisistas e que podem até serem violentos. O estudo, entregue a empresas, aconselha a que não se usem frases como “aqui nada funciona se eu não estiver por perto!” ou “agradeça que tem um emprego”. As duas universidades, prestigiadas pelos cursos de gestão e economia, avisam que a “motivação pode acabar” com esses comportamentos e aconselham os chefes a desligarem-se do trabalho, nos finais de semana, e a descansar para recarregar baterias, evitando assim chegar ao trabalho também eles com ‘stress’.
3 DERRUBAR PAREDES
A receita vem nos livros recentes de gestão e é defendida e aplicada por Sandoval Martins, que dirige uma empresa de tecnologias e escritórios horizontais. Ou seja, esclarece o gestor, a melhor forma de criar um bom ambiente de trabalho é “derrubar paredes”, com “menos departamentos e com ilhas de trabalho menos informais”. Um ‘open space’ adaptado à realidade empresarial.
O gestor brasileiro está convicto que escritórios deste tipo “fomentam diálogos, amenizam hierarquias e oferecem confiança para que todos, independente do cargo, se sintam à vontade para falar e, principalmente, serem escutados”. No entanto, Sandoval Martins alerta que as mexidas na estrutura “não chegam”. “Para funcionar, os colaboradores e gestores também devem estar abertos a captar o espírito que paira quando não há tantas barreiras físicas e entender a finalidade dessa disposição de trabalho, sabendo usufruir”. Por isso, recomenda que todas as empresas tenham uma área de gestão de pessoas que seja “impulsionadora dessa cultura” e que tenha capacidade de “dar motivação”.
4 DAR MOTIVAÇÃO
Leonardo dos Reis Vilela, consultor brasileiro, enfrentou um problema numa empresa: havia quadros com larga competência, mas tinham intenções de deixar a firma, mesmo com a disposição de ganhar menos. Os salários eram altos, havia um ambiente descontraído e horários flexíveis. Depois de apurados estudos, descobriu que a empresa sofria de “alguns males”: uma chefia muito distante, “quase como ‘robot’” e uma falta de desafios. Ou seja, os quadros, mesmo qualificados, não eram motivados a crescer mais a e a superarem-se. “Um profissional acomodado e sem desafios é um profissional desmotivado”, concluiu. Citando o autor do livro ‘O cérebro e a inteligência emocional, novas perspectivas’, de Daniel Goleman, o consultor lembrou à empresa que as “as emoções são contagiosas. Depois de um bom café com um amigo, sentimo-nos bem. Quando encontramos um balconista rude numa loja, sentimo-nos mal”.
Feito o diagnóstico, Leonardo dos Reis Vilela recomenda que a empresa crie mais desafios aos funcionários, estabelecendo metas, faça uma avaliação permanente por desempenho e que os chefes elogiem o trabalho ou o critiquem, mas com palavras motivadoras e sem ameaças e que estejam mais próximas dos funcionários.
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