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Na região do Árctico

Buraco de grandes proporções abre-se na camada de ozono

ATMOSFERA. Segundo cientistas, temperatura da região não é propícia para esse tipo de reacção atmosférica, mas condições climáticas este ano provocaram o fenómeno.

Buraco de grandes proporções abre-se na camada de ozono
D.R

Um novo buraco na camada de ozono foi detectado, desta vez no Árctico, segundo um artigo recentemente publicado na revista Nature. O fenómeno é o maior já registado na região, mas, ao que tudo indica, está recuperar-se rapidamente. 

O ozónio é um gás que compõe a atmosfera e tem como função filtrar a radiação ultravioleta, nociva aos seres vivos. Todos os anos, na Antárctica, o frio extremo faz com que nuvens de alta altitude se formem no Pólo Sul. Componentes químicos como cloro e bromo, resíduos de actividades industriais humanas, reagem na superfície dessas nuvens e fazem desaparecer a camada de ozónio, situada entre 15 e 35 quilómetros de altitude.

No entanto, no Árctico, essas condições atmosféricas são mais raras, uma vez que as temperaturas variam mais (entre quente e frio) e essa destruição do ozónio acaba não acontecendo. Mas, de acordo com o artigo da Nature, em 2020, ventos vindos do Oeste prenderam ar frio sobre o Árctico num vórtice polar (um ciclone), permitindo que nuvens se formassem e propiciassem, assim, as reacções que levam à destruição da camada de ozónio.

Pesquisadores que monitorizam frequentemente esse fenómeno com balões atmosféricos registaram uma queda de até 90% na quantidade de ozónio no fim de Março. Geralmente, eles registam cerca de 3,5 partes por milhão (ppm) de ozónio, agora constataram apenas 0,3.

“O buraco no ozónio do Árctico não é uma ameaça à saúde porque está localizado sobre áreas de alta latitude que são pouco povoadas”, disse Markus Rex, cientista atmosférico do Instituto Alfred Wegener. Além disso, as temperaturas começam a subir com o fim do inverno, dissolvendo o vórtice polar e recuperando a camada.