Facturação da EWS Angola cai 46% em apenas um ano
PETRÓLEO. Dos 15 milhões de dólares registados em 2014, os resultados da empresa prestadora de serviços petrolíferos quedaram para os oito milhões no ano passado.
A facturação da EWS, uma das poucas empresas nacionais prestadoras de serviços na indústria petrolífera, recuou cerca de 46,6% para os oito milhões de dólares, em 2015, apurou o VALOR junto da administração da firma.
Depois dos cerca de 15 milhões de dólares de receitas em 2014, os resultados da empresa, que actua especificamente no segmento da manutenção das linhas, sobretudo a corrosão, viram-se afectados pela queda do volume de negócios das prestadoras de serviço na indústria petrolífera que, segundo cálculos oficiais, recuou 50% para os 10 mil milhões de dólares, no ano passado.
Como consequência, a empresa tomou “várias medidas” de contenção de custos que, além da “insistência” nas melhores práticas de gestão internacional, implicaram a redução da mão-de-obra, apesar das indicações do Centro de Apoio Empresarial (CAE) que sugere a redução de custos com pessoal por cortes salariais e não por via de despedimentos.
O presidente da comissão executiva (CEO) da EWS, Leonardo Teka Nganga, defende a ‘receita’ da adopção das melhores práticas aos restantes operadores do mercado, “como forma de contornar as dificuldades introduzidas pela crise” e garantir “algum equilíbrio”, face ao contexto. “O reajuste nos orçamentos não deve, de maneira alguma, afectar a qualidade do serviço prestado às operadoras”, defende Nganga, apesar de reconhecer que algumas empresas, “por deficiências de estruturação”, têm mais dificuldades. “Não obstante algumas externalidades negativas, a crise traz para a classe empresarial, de um modo geral, o desafio de uma melhor gestão, por isso quem tomar esse rumo vai certamente conseguir sobreviver”, insiste o CEO da EWS, para quem as empresas nacionais “têm sabido” enfrentar a concorrência das empresas estrangeiras.
Com mais de 250 trabalhadores, a EWS possui vários espaços de apoio às operações de logística, contando um Luanda, na zona do ‘Quilómetro 30’, além de uma área de três mil quadrados em Ambriz, no Bengo. Há quatro anos, iniciou o processo de internacionalização, com presenças nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Brasil. Entre os principais clientes da empresa, encontram-se a Total, a BP, a Sonangol e a Somoil.
A EWS é licenciada desde 2011 pelo CAE, entidade que controla mais de três mil empresas prestadoras de serviços à indústria petrolífera, apesar de ter apenas 300 certificadas. Ao contrário da observação mais optimista do presidente da EWS, pela análise de Lionel Cassoco, membro do CAE, as empresas angolanas, de um modo geral, “estão longe” de cobrir as necessidades da indústria, “tanto no aspecto quantitativo, como no qualitativo”, começando pela falta de tecnologia, que existe apenas em alguns países, “o que exige a importação”. Dados revelados no ano passado pelo CAE indicam que o investimento das empresas de exploração petrolífera na contratação de serviços variam de 100 a 150 milhões de dólares anualmente.
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