“Não existem empresas de energia e água pobres no mundo, é só em Angola”
Defensor de uma “melhor gestão” das empresas públicas de energia e águas, o presidente da Associação dos Agentes Autorizados da Ende acredita que essas empresas teriam condições de suportar o OGE. E alerta que as prestadoras de serviço devem organizar-se, ao mesmo tempo que propõe a legalização dos garimpeiros de água, enquanto oportunidade para o fomento de pequenos empresários no negócio das águas.

Associação dos Agentes Autorizados da Ende surge em 2016, apesar de os agentes prestadores de serviços a esta empresa pública existirem desde os tempos da extinta Edel. Com a criação da Associação o número de prestadores baixou de 92 para 72 e são cerca de 55 empresas que estão a autorizadas a prestar serviços à Ende. Qual a explicação para estes números?
Esta redução é praticamente anual porque há um processo contínuo de avaliação. Estamos a falar de negócio e o desempenho no negócio deve ser avaliado sempre e aqueles que não desempenham são afastados. É assim que funciona em qualquer parte do mundo. Não se pode manter uma pessoa que não apresenta resultados. Mesmo nos cargos por indicação tinha de ser assim.
Mas com a criação da Associação mudaram-se as atribuições dos prestadores de serviços…
O processo de agenciamento começou em 2005 com a antiga Edel, o actual ministro é o mentor desse processo. Algumas empresas, como a minha, foram as primeiras a celebrar contratos com a Edel. Na altura, o engenheiro João Baptista Borges era o PCA da Edel. Daí para frente, o processo foi evoluindo até chegar à Ende, em 2014. Nesta altura, éramos perto de 80 agentes, mas, em função da avaliação do desempenho, vários foram descontinuando porque existem metas que devem ser cumpridas. Normalmente a meta tem de se atingir até 75%.
Como se traduzem essas metas em números?
A meta depende da área onde se actua e da carteira de clientes. Por exemplo, a minha empresa tem a meta 109 milhões de kwanzas ao mês e tem uma carteira de clientes acima de 24 mil entre pré-pago e pós-pago. A minha empresa cumpre com a meta e até passa em função da dívida acumulada. Normalmente, a nossa cobrança tem sido na ordem de 122 milhões de kwanzas mensais, acima da meta estipulada, por isso estamos até hoje. Há zonas que têm metas mais baixas que a minha, outras têm metas mais elevadas, porque há agentes que têm áreas extensas. São essas metas que os agentes, às vezes, não atingem [por isso são afastados].
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